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Maria José Machado era diretora de Desenvolvimento e Negócio do CeNTI quando, em 2012, decidiu despedir-se para criar a sua própria empresa - a Axfilia, uma empresa especializada em vestuário de proteção, segurança e corporate, que de momento é a fornecedora de malhas do fardamento da Protecção Civil francesa, da polícia suíça de Basileia ou do pessoal da alemã ADAC.
que ela vende não se vê. À vista desarmada, uma peça de roupa retardante de chama não é diferente de uma outra que não tem essa função. E uma farda que mantém a cor intacta após 100 lavagens parece igual à que começa a ficar ruça e desbotada mal entra em contacto com a água.
Vender coisas que não se vêem é um dos trabalhos em que Maria José Machado se meteu desde que há meia dúzia de anos trocou o conforto de um emprego no CeNTI pela aventura de criar uma empresa especializada em vestuário de proteção, segurança e corporate, tendo como capital os conhecimentos acumulados ao longo de 30 anos de vida – e uma assinatura certeira: Ready to work.
Ao cabedal técnico de uma engenheira química, com oito anos de experiência no CeNTI e CITEVE, juntou uma pós-graduação em vendas e a vantagem de tratar a têxtil por tu, pois cresceu a ouvir e sentir em casa os dramas e sucesso da tricotagem do pai – e aos 16 anos já passava as férias grandes a trabalhar numa tinturaria.
Integrar um comité técnico da Comissão Europeia que define as normas de alta visibilidade para o vestuário de segurança foi a cereja em cima do bolo das suas qualificações para obter um lugar à mesa deste segmento altamente especializado do negócio têxtil, onde o alfa e o ómega é ser durável e eficaz.
“Somos internacionalmente reconhecidos como alguém capaz de resolver situações”, afirma Maria José, que escolheu almoçarmos em Barcelos (o centro de gravidade da Axfilia) no Turismo do seu amigo Jorginho Falcão (foram colegas no Colégio La Salle).
A par das certificações e da confiança dos clientes, a reputação é um factor essencial para ser bem sucedido quando se está num negócio onde se vendem coisas que não se vêem. E a Axfilia não demorou a conquistar a fama de saber o que faz, controlando toda a cadeia de fornecimento, desde o fio até ao armazém do cliente, fabricada a 100% em Portugal.
Tudo que é artigo de malha no fardamento da Protecção Civil francesa, da polícia suíça de Basileia ou do pessoal da alemã ADAC (o maior clube automobilístico da Europa, com mais de 15 milhões de membros) é fornecido pela Axfilia, parceira de gigantes do setor, como a Kevlar, Cordura ou Kermel – que não raro a recomendam aos seus clientes ou lhe pedem ajuda.
Os franceses da Kermel, por exemplo, perguntaram a Maria José se seria possível ter as fibras deles em artigos de malha, muito mais confortáveis e flexíveis que os tecidos compactos e rígidos. A Axfilia aceitou o desafio e já desenvolveu várias malhas que estão em fase de teste em empresas clientes daquela multinacional.
“Temos uma base de conhecimento e desenvolvimento de malhas muito forte. E somos muitos bons na qualidade, prazos de entrega e pós venda”, resume Maria José Machado, uma mulher cheia de ideias, que está a rodear-se de pessoas que a ajudem a concretizá-las. Há cinco anos, a Axfilia era um “one woman show”. Agora já são quatro: ela, a irmã Isabel (engenheira têxtil, ex-Riopele), uma controladora e uma administrativa. “Prefiro ganhar menos e ter uma equipa boa e motivada, criar emprego e fazer mais coisas”, conclui.
Filha e neta de industriais têxteis, nasceu e cresceu em Barcelos, onde estudou até se mudar para o Porto, onde se licenciou em Engenharia Química (FEUP) e fez as pós graduações em Marketing e Vendas (Católica) e Empreendedorismo (EGP). O primeiro emprego a sério foi no CITEVE. Esteve na fundação do CeNTI, onde era diretora de Desenvolvimento e Negócio) quando, em 2012, decidiu despedir-se para criar a sua própria empresa - a Axfilia (a tradução para latim de “filha do Machado”, que é como ela era conhecida em Barcelos), especializada em vestuário de segurança e proteção. Após os dois primeiros anos sem receber, a viver das poupanças, no Natal de 2015 decidiu atribuir-se o salário mínimo. Agora ganha um pouco mais (mas não muito). Casada com o Rui (que é contabilista), vivem em Famalicão e têm dois filhos: a Rita, oito anos, e o Ricardo, dois anos
Rua Duques de Bragança 171
4750-272 Barcelos
Entradas: Creme de legumes Prato: Espetada de peixe com batatinhas e chao min de legumes Sobremesa Demi cuit de chocolate Bebidas: água, dois copos de vinho branco (Vinha dos Santos 2018, Douro) e dois cafés