Um misto de sentimentos: se por um lado há sinais evidentes de que as condições de produção industrial estão melhores que há um ano atrás, a verdade é que a forte diminuição do consumo em todos os mercados europeus – aqueles para onde segue o grosso das exportações do sector têxtil português – não permite antever um final de 2023 com um mínimo de certeza do lado positivo.
Os dados do último MODTISSIMO, o 60º, não deixam dúvidas: estiveram nos pavilhões da Exponor 485 compradores internacionais, que contactaram com dezenas e dezenas das empresas presentes, ombro a ombro com os 4854 os compradores nacionais. O caráter cada vez mais internacional da mais antiga feira têxtil da Península Ibérica decorre de fatores endógenos, mas também exógenos.
As empresas estão de regresso com toda a confiança às feiras internacionais, parecendo querer antecipar um ambiente de retoma nas encomendas, que sabem que há-de chegar, não se sabe é quando. Hábil a reagir e rápida a decidir, a ITV portuguesa quer colocar-se na linha da frente, e com isso tirar também retorno do forte investimento que tem feito na mudança de paradigma, na procura de soluções sustentáveis e amigas do ambiente. É com essas armas que parte para luta, com propostas e soluções que oferecem às marcas um caminho alternativo. As expectativas estão em alta, resta esperar que se confirmem.
Além de um incentivo para os trabalhadores, as empresas entendem que um alívio fiscal sobre os rendimentos das horas extra é também fundamental como fator de competitividade. Seria também uma ajuda preciosa para enfrentar a tradicional sazonalidade dos picos de encomendas.