T84 - Junho 23
Dois cafés & a conta

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Crescer em duas direções:
O private label e a Fyke
Produção interna:
Peso significativo de 20% das vendas
Joaquim Santos

Nasceu na Alemanha, onde cresceu até aos 7 anos, mas foi em Portugal onde acabou por criar raízes. Sendo “de pequenino que se torce o pepino", Joaquim Santos, aos 15 anos, começou a moldar o seu gosto pelo têxtil, numa pequena confeção do pai. Um ano depois, sentiu necessidade de adquirir conhecimentos e deu uma nova oportunidade aos estudos, licenciando-se em Tradução, mas percebeu claramente que dar aulas não seria a sua vocação. Entretanto limou o seu trajeto numa empresa têxtil de Santo Tirso, como account manager, e foi num pedido de auxilio de uma pessoa amiga que arregaçou as mangas e deu início à 2Move Garments. Prestava serviços exclusivos, tendo sido aí que começou a desenvolver todo o processo que faz hoje em dia. É no desporto que encontrou a sua paixão, tanto na vida profissional como na pessoal, e nos dias em que tem tempo, correr é obrigatório. 

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span style="font-weight: 400;">Foi em 2007 que a 2Move Garments deu inicio à sua atividade como prestadora de serviços. Para um único cliente. Mas em 2017 mudou o rumo e ‘cedeu’ o seu know-how à produção em private label para diferentes clientes. “No início prestávamos somente serviços a uma empresa espanhola, e subcontratávamos todos os serviços. Sempre nacional, que é um dos princípios que queremos manter. Agora somos uma empresa que produz para várias empresas”, explicou o co-founder e diretor-geral. É numa pequena unidade de produção que atualmente são feitas amostras e pequenas séries, “o resto da produção é feita em parceiros que trabalham connosco”, contou Joaquim Anjos, que aponta ainda a sustentabilidade como razão para essa preferência pela produção nacional. E sublinha: “tudo, ou quase, com o selo made in Portugal. O único produto que temos que não é produzido em Portugal é uma garrafa de água, mas tudo o que é têxtil é produzido em Portugal e queremos continuar a trabalhar nesse sentido”. Além disso “reciclamos as nossas sobras e investimos em painéis fotovoltaicos, que nos dão uma autonomia de 65%”, revelou.

Atualmente com 12 trabalhadores e muitos mais indiretamente, o objetivo é manter a produção interna, que teve um peso significativo de 20% das vendas, pois, para o diretor-geral, é na conceção de desenvolvimento do produto que se consegue utilizar as melhores técnicas e soluções “e se não for feito por nós ou por quem sabe, muitas vezes complicam-se. Aliás acontece-nos isso muitas vezes: o cliente já vem com o protótipo feito e aquilo que se podia fazer em 20 minutos demoramos uma hora”. Além de um website de comércio eletrónico como ponto de venda, “estamos no marketplace da Decathlon, e temos lojas nacionais. O próximo passo é alargar a nossa oferta”, reforçou.

Sendo o desporto a especialidade da 2Move Garments, apesar de também fabricar vestuário de moda e casual, essa opção permitiu à empresa, desde 2019, avançar com a criação de uma marca própria, a Fyke, vocacionada para o running. Ainda só contribuí com 5% para o volume de vendas da 2Move. “O objetivo é que seja o segundo maior cliente, mas ainda temos um longo percurso a fazer”, acrescentou Joaquim Anjos. De resto, a Fyke pretende ser diferenciadora daquilo que já se conhece no mercado, isto é, ter sempre algum produto com algum detalhe específico. Exemplo disso são “as meias que criámos com acabamento anti-bacteriano de aloe vera ou ainda um pequeno detalhe gráfico, com um tipo de fio que reage à luminosidade e muda de cor”, referiu. O CEO, tem definido como um dos objetivos a internacionalização da marca, que começou devagar, pois foi colocado em pausa pela pandemia. “Queremos expandir para Espanha, França, Alemanha e curiosamente o mercado belga, que é onde vendemos mais a seguir ao de Itália”.

Com 1,3 milhões de volume de negócios e um peso das exportações da ordem dos 95%, crescer é o novo rumo de Joaquim Santos, que acredita com otimismo que este ano ainda será um ano difícil, mas que o próximo será o de retoma.

Apesar de, durante o período de crise pandémica, a 2Move Garments não ter tido qualquer cancelamento de encomendas, “tivemos situações de stock service, ou seja, um produto que normalmente entregavam na semana seguinte demorou 12 semanas”. Ainda assim, a empresa continua a desenvolver-se, e os próximos passos estão direcionados para fortalecer os contactos existentes, trabalhar novos mercados, aumentar a gama de produtos da Fyke, aumentar os pontos de venda e apostar no departamento de marketing. “O que neste momento estamos a fazer é afinar tudo para começarmos a trabalhar em força”.

Perfil

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RESTAURANTE
2Move Garments. Pedra do Couto. Rua Santo André, 229. 4780-222 Santo Tirso

Entradas Couvet de pão de alho e sopa de espinafres Prato Salmão com arroz de brócolos e lombo assado Sobremesa Bolo de bolacha e Café Bebidas Água mineral

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