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As obras têm sido uma constante nos anos mais recentes da Brito Knitting. São as dores de crescimento de uma empresa que aposta na internacionalização, não espera pelos desafios e prefere jogar antes na antecipação.
span style="font-weight: 400;">Quer perceber o que o mercado procura e estar preparada para poder responder de imediato a todo o tipo de solicitações. “Temos feito um esforço muito grande de actualização. Principalmente nos últimos cinco anos, o investimento e a melhoria têm sido contínuos, de forma a termos uma estrutura flexível e estar preparados para agarrar todas as oportunidades de um mercado cada vez mais globalizado”, explica Miguel Garcia, o engenheiro que entrou como estagiário e em poucos anos se tornou administrador e accionista.
É uma estratégia que encara a mudança sobretudo como fator de competitividade. “Se não estivermos preparados não temos a garantia de poder agarrar as oportunidades. A inovação já não está só no produto, está na racionalização do processo produtivo, na afirmação em termos de competitividade”, destaca.
É por isso que, apesar desse crescimento continuado dos últimos anos, a fabricante de malhas tem já pronto a arrancar um novo projecto numa área com 8.000 m2 contigua à sua unidade industrial. Um pavilhão a construir em duas fases e destinado sobretudo às áreas de armazenagem e centro logístico – “é a nossa lacuna actual”, reconhece Miguel Garcia -, num investimento de deve rondar os quatro milhões de euros.
Nascida há 26 anos (1996) num pequeno armazém alugado e com apenas três máquinas e outros tantos funcionários, a Brito Knitting mudou-se há 15 anos para o pavilhão próprio onde operam já mais de 60 máquinas e 50 colaboradores e tem tido uma facturação estabilizada entre os 12 e 13 milhões de euros.
“Fabricamos todo o tipo de malhas circulares para os mais diversificados segmentos de moda e vestuário. Graças ao nosso parque de máquinas somos uma empresa que quer responder a todo o tipo de procura, com variedade de jogos, diâmetros, pontos, estruturas e composições”, explica o administrador.
A oferta e desenvolvimento de novos produtos é outra das vertentes da faceta competitiva da Brito Knitting. Jogos mais finos, técnicas e fibras com novos acabamentos específicos são já o resultado da acção de uma equipa própria de I&D, que surgiu associada à estratégia de internacionalização. “A evolução não é uma opção, é obrigação sem a qual não vamos conseguir chegar à criatividade e inovação”, garante o líder da empresa quer fazer dos clientes dos seus produtos cada vez mais parceiros de produção.
Graças a essa aposta na internacionalização que tem sido seguida nos últimos cinco anos há já clientes que procuram a empresa e acompanham as colecções. Tendo a exportação como destino final, o grosso da produção acaba por ser entregue nos confecionadores da região, mas a exportação direta para clientes de França, Inglaterra, Polónia ou EUA começa a ganhar peso.
Um crescimento que a Brito Knitting quer sustentado na polivalência, flexibilidade e qualidade como factores diferenciadores. “O volume não é o objectivo imediato”, garante Miguel Garcia que centra a aposta numa estrutura flexível e na capacidade de resposta num mercado cada vez mais globalizado. Daí a estabilidade conseguida nos últimos anos, que nem a retraçºao de 2020 conseguiu abalar. “Foi um ano difícil de gerir, aproveitamos para diversificar e desenvolver novos produtos, e no ano passado depressa voltamos ao nível anterior de faturação”, remata o homem não espera pelos desafios e aposta na antecipação.
Convidado para estagiar na empresa no final do curso de Engenharia de Produção Industrial (Universidade do Minho), ao fim de oito anos já ocupava a cadeira da administração, também já como accionista da Brito Knitting. Habituado nos seus passeios como motard – fez vários Portugal de Lés-a-Lés na sua BMW GS 1250 - às metas e percursos definidos, apontou aos caminhos da polivalência, flexibilidade e qualidade, com destino à meta de internacionalização da empresa. É com a mulher, Dulce, que tem dois filhos que agora lhe refreiam o impulso para a motos. Aos quatro anos, a Mafalda ainda é só mimos, mas o Diogo, 12 anos, já quer ser engenheiro. O pai faz figas para que não seja no têxtil, “uma área dura e de muito sofrimento”.
Dois cafés e uma água mineral a olear a conversa que decorreu na sala de receção da empresa, uma vez que área de reuniões e administração estão fase de remodelação.