OBRIGADO!
T49 Dezembro 19

Paulo Vaz

Diretor Geral da ATP e Editor do T
D

epois de quase 32 anos ao serviço da ATP, primeiro como técnico, secretário-geral e diretor-geral da APIM – Associação das Indústrias de Malha e Confeção, e, depois da fusão desta com a APT em 2003, como diretor-geral da ATP, está chegado tempo de partir.

Foi um tempo rico e intenso, que preencheu uma boa parte da minha vida profissional e até pessoal e que, obviamente, será impossível esquecer ou minimizar.

As boas, se não mesmo excelentes, recordações deste período ficarão para sempre na minha memória e constituirão uma experiência de vida inexcedível, que transportarei para outros projetos que desejo ainda abraçar. É apenas este desejo de realizar em tempo útil de vida outras coisas pessoal e profissionalmente, sem qualquer conflito, rutura ou mágoa com a organização e as pessoas que a dirigem – antes pelo contrário – que motiva esta decisão.

Tenho apenas pena não ver o sector unificado numa só organização representativa, algo em que firmemente acreditava – e acredito – ser positivo para o seu fortalecimento; mas se tal não sucedeu, foi apenas porque, afinal, os empresários que a ele pertencem, por ação ou por omissão, continuam a entender estar melhor representados de forma separada e fragmentada. O futuro dirá se haverá alterações, esperando, no limite, até com o facto do meu afastamento, criar condições acrescidas para que o diálogo se volte a abrir e se consiga chegar finalmente a este desiderato, que, sinceramente aspiro, se venha a realizar.

Confesso que é com emoção que redijo esta crónica, a última como editor do T Jornal, um dos últimos projetos que ajudei a criar e que vejo, muito feliz, que se fortalece afirmando-se como o órgão de comunicação de todo o sector, moderno, arejado, atento ao mundo e à sua dinâmica, antecipando tendências e prestando uma informação interessante e de rigor, indispensável para o conhecimento atualizado das empresas e suporte às suas decisões estratégicas.

Procurei sempre fazer o meu melhor, na ATP e nas outras organizações que estão relacionadas, assim como iniciativas, em que estive envolvido, quer na sua fundação como na sua gestão, como a ASM – Associação Selectiva Moda ou o Fórum da Indústria Têxtil, e mais recentemente os projetos de imagem “Fashion From Portugal”, sabendo que, eventualmente, nem sempre foi o suficiente, já que o sector mereceu sempre mais.

Tenho, contudo, a consciência do dever cumprido, levando comigo mais recordações mais positivas do que menos, um imenso respeito e carinho por toda a fileira e por quem a compõe, assim como a certeza de que a Associação continuará a ser uma instituição prestigiada, um referente de qualidade e orientação estratégica no panorama associativo de todo o setor e que dela não poderá jamais prescindir, sob pena de se neutralizar.

Não sendo esta uma despedida, mas um até sempre, pois jamais me conseguirei desligar completamente de uma indústria a que dediquei parte substancial da minha vida, a melhor palavra que tenho para exprimir este tempo de excelência que ora se conclui, a todos que fizeram comigo este caminho, é – de forma sentida e reconhecida – obrigado!

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