Mário Jorge Machado
ortugal tem um problema sério de falta de crescimento económico, vivemos há demasiados anos com taxas de crescimento anémicas! É ainda mais grave quando quem nos governa não o quer admitir. Há sempre um enorme esforço para mostrar, pelo menos publicamente, o quão fantásticos têm sido os seus desempenhos governativos, mesmo que não consigam justificar como é que Portugal ficou na cauda da Europa, tendo sido ultrapassado por países que entraram na União Europeia depois de nós. É revelador de que não temos agido sobre o que de facto está mal!
Quando não se conseguem resolver as causas e apenas atuamos sobre os sintomas, acabamos por criar outros problemas.
A carga fiscal elevadíssima que temos em Portugal – uma das mais elevadas dos países da OCDE – é o resultado da ineficiência em resolver as causas.
Tentamos colmatar os sintomas criando mais impostos, mais taxinhas, para alimentar um Estado e uma administração pública que é altamente ineficiente e que não consegue responder às necessidades mais básicas da população, nem às necessidades das empresas e dos trabalhadores.
Aos empresários tudo é exigido, do lado do Estado pouco ao nada é oferecido. Aos empresários, entre outros, exigem-se aumentos salariais significativos e o cumprimento de um conjunto de regalias sociais – e do lado do Estado qual o contributo para um verdadeiro aumento de rendimentos dos trabalhadores e para o acréscimo de benefícios sociais? A maior parte das medidas anunciadas não passam de marketing político.
Um salário mínimo de 820€ pode parecer pouco para quem recebe, mas para quem tem de pagar irá representar um aumento de 37% face a 2019, o último ano em que tivemos uma situação económica relativamente ”normal”, desde então, pandemia, crise energética, guerras, crise inflacionista, subida das taxas de juro, etc, etc.
Não foi à toa que o Pacto Social proposto pela CIP apresentasse três eixos essenciais de atuação:
Mais do que nunca e no atual contexto político que vivemos estes eixos e estes objetivos mantém-se essenciais e urgentes.
É importante que Portugal, o Governo, os parceiros sociais, todos os agentes económicos, trabalhadores, adotem uma atitude consciente em prol da mudança e se unam neste grande desígnio de aumentar o crescimento económico em Portugal, sem dogmas, sem objetivos eleitoralistas, sem clientelas.
O diagnóstico já foi feito, já muito se falou sobre o que precisamos de mudar. O que queremos agora é que quem tem o poder da mudança o faça de uma forma séria, mas urgente, caso contrário o doente pode morrer!