Reinventar o sector, construir um futuro sustentável
T76 - Outubro 22

Mário Jorge Machado

Presidente da Direção da ATP
F

ui recentemente reeleito Presidente da Direção da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal para um novo mandato, que se estenderá até 2025, um mandato procurará assegurar a estabilidade de uma organização forte, credível e atuante, que caminha para a celebração de 60 anos de existência, mas que também será de renovação e regeneração, com vista a desenhar e construir um futuro ainda maior para todo o sector, num período que será seguramente marcado por um ambiente profundamente incerto e volátil.

De facto, vivemos um período de grande mudança e instabilidade. A pandemia do COVID 19 perturbou as dinâmicas de desenvolvimento à escala internacional, criando a disrupção das cadeias de fornecimento, afetando os preços das matérias-primas e energia, e recolocou nas agendas dos governos o tema da reindustrialização e da produção de proximidade, destinada a evitar dependências de terceiros em geografias distantes.

O processo de globalização sofreu um súbito arrefecimento, pelo que indústrias como a têxtil, o vestuário e a moda, dependentes de longos circuitos de aprovisionamento, estão obrigadas a reconsiderar e a redesenhar todos os seus modelos de negócio. Tudo isto acabou por ser fortemente catalisado pelo eclodir da guerra na Ucrânia, assim como os efeitos das sanções do Ocidente à Rússia, com impactos maiores no preço dos bens energéticos, matérias-primas e alimentos, determinando um exponencial aumento da inflação e uma rápida degradação da conjuntura económica global.

Além disso, como pano de fundo, o planeta debate-se com a emergência ambiental, pelo que os temas da sustentabilidade, da circularidade e especialmente da descarbonização e transição energética, ganham ainda mais acuidade, sendo um incontornável condicionador do desenvolvimento económico e humano futuro, trazendo por igual constrangimentos e oportunidades, que não podem ser ignorados por nenhum sector.

Neste contexto é essencial que o têxtil e vestuário, continue a procurar a excelência, como sempre fez, mas que sobretudo invista na sua capacidade de resistência e adaptação, flexibilidade e minimização de riscos, vital para sobreviver às diversas contrariedades que estamos e iremos continuar a viver.

Do lado da ATP, iremos procurar ir ao encontro desta transformação, lutando pela defesa dos interesses do sector e dos seus membros, particularmente na melhoria das condições de competitividade, promovendo a contratação coletiva com o objetivo de assegurar a paz social e o desenvolvimento sustentado, promovendo e dando visibilidade à fileira têxtil e da moda portuguesa, no país e no exterior, enquanto sector estratégico para o país, reforçando a proximidade da Associação aos seus membros, aumentando a sua representatividade e afirmando-se como a associação mais importante e ativa do setor, melhorando e diversificando os serviços para ir ao encontro das necessidades das empresas.

Para terminar, deixo-vos um apelo! Neste processo de profunda transformação e volatilidade, só em cooperação e com o esforço de todos poderemos chegar mais longe e com melhores resultados. A ATP sempre teve e continuará a ter as portas abertas a todos. Sempre com o espírito de missão, em prol da defesa e da promoção do setor têxtil e vestuário português.

Juntem-se a nós! Vamos trabalhar em conjunto.

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