Modelos de empresas familiares e estruturas para gerir a complexidade
T66 - Outubro 2021

Luís Todo Bom

Gestor e professor no ISCTE
O

s vários modelos possíveis para gerir a complexidade através do desenvolvimento da estrutura integrada, por ordem crescente de complexidade, podem agrupar-se, do seguinte modo:

-Modelo capitão que ocorre no caso de uma PME, numa indústria tradicional, geridas pelo fundador.

-Modelo imperador que integra as várias áreas de negócios e família unidos por um líder, que poderá ser, ou não, o fundador.

-Modelo equipa de família, que inclui uma família extensiva, mas trabalhando todos num pequeno negócio tradicional.

-Modelo de família profissional em que encontramos poucos membros da família, designados pelos órgãos de governance da família, envolvidos num negócio complexo.

-Modelo corporação que consiste numa família complexa que governa uma empresa complexa, em termos de diferenciação e dimensão das várias unidades de negócio, e que exige modelos de governance da família e da empresa complexos.

-Modelo grupo de investimento familiar quando temos famílias que investem em conjunto em negócios de complexidade variável e que corresponde a um processo de segregação de áreas de negócio e distribuição das mesmas pelos vários membros da família.

O desenvolvimento da estrutura aumenta, em termos de complexidade e de exigências de gestão, gradualmente do modelo capitão até ao modelo grupo de investimento familiar.

De uma forma sistémica, podemos afirmar que existe um triângulo de gestão eficiente da empresa familiar, descrito na Figura seguinte, com três áreas de intervenção: evolução do modelo, redução da complexidade e desenvolvimento da estrutura, para gerir a complexidade.

De acordo com este modelo, a gestão da complexidade de um modo eficiente implica a intervenção sistémica em três domínios:

  1. Na gestão da evolução do modelo de complexidade, ao longo dos cinco modelos atrás descritos, através das alterações necessárias aos instrumentos de governance da família e da empresa.
  2. Na redução da complexidade, da família e/ou das áreas de negócio da empresa, no sentido de reduzir o risco estrutural tendo em atenção que, se nos encontrarmos nas situações limite, esta redução da complexidade é mandatória.
  3. No desenvolvimento da estrutura para gerir a complexidade, sofisticando o modelo de estrutura e os instrumentos de gestão em função do grau de complexidade da empresa familiar.
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