Incubação Industrial – Um Caminho a percorrer
T38 Dezembro 2018

Ricardo Costa

Vereador da Câmara Municipal de Guimarães
N

o cenário macroeconómico positivo, que hoje felizmente vivemos, devemos ser capazes de propor novas abordagens, novos ambientes, novas condições de contexto e comportamentos disruptivos capazes de induzir inovações constantes, de forma a que possamos estar constantemente a crescer, beneficiando a nossa economia, o nosso território e os nossos concidadãos.

Ao longo dos tempos a Indústria sofreu muitas e fortes transformações, nunca antes imagináveis. Transformações que aconteceram, umas por obrigação e sinais dos novos tempos, outras impostas pela própria crise.

Nos últimos 5 anos temos falado muito em start-ups, empreendedorismo e inovação, palavras gastas, e cujo sucesso alcançado, muitas vezes, não foi o expectável. Podemos e devemos continuar a investir nestes conceitos mas de uma forma completamente diferente. Teremos de ser capazes de promover empreendedorismo, criação de start-ups dentro das próprias empresas, onde já existe know-how, clientes, fornecedores, recursos humanos e capital. Sim, isso mesmo, temos que promover a incubação industrial, criando ambientes e contextos económicos propícios para que este propósito possa acontecer.

A nova economia tem que interligar de forma constante os centros de conhecimento, governação (local ou nacional) e tecido empresarial. Estas são as premissas necessárias para qualquer empresa poder singrar num contexto económico adverso e de mudança constante, beneficiando também os centros de conhecimento e as suas unidades de interface, quer no constante e permanente desafio de produção de conhecimento quer na sua transferência para a economia real, sendo os agentes de governação um catalisador e impulsionador desta contaminação positiva.

O próximo quadro comunitário, 20/30, terá que ser capaz de fomentar e obrigar a que estes projetos possam coexistir incidindo nos vetores estratégicos e fundamentais da transformação digital, produção aditiva, industria 4.0, criação de marcas e patentes. Sobretudo na capacitação, reconversão e requalificação dos recursos humanos, para que possamos ter recursos humanos fortemente capacitados e valorizados para responderem aos desafios do futuro com salários mais justos e coadunados com a incorporação de diferenciação que colocarão na cadeia de valor dos produtos e serviços.

Precisamos de uma nova Economia assente na construção da simbiose perfeita entre centros de conhecimento e unidades de interface, tecido empresarial e entidades responsáveis pela governação, nomeadamente autarquias locais, alavancadas pela governação nacional.

Não podemos perder o comboio da Indústria do Futuro.

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