FAZENDO O BALANÇO DO MANDATO
T45 - Julho/Agosto 19

Paulo Melo

Ex-Presidente da ATP
T

ive a maior honra e responsabilidade de presidir à Direção da ATP ao longo dos últimos três anos. Está assim concluído o mandato e as eleições no final de Julho indigitarão órgãos sociais renovados e certamente um novo ciclo na vida da instituição, que todos desejamos mais forte e mais dinâmica no futuro, pois isso irá beneficiar todas as empresas que nela estão representadas.

É também tempo de fazer um balanço do mandato que agora termina e que, sem qualquer dúvida, reputo de muito positivo.

O sector cresceu em volume de negócios, emprego, investimento e exportações, completando um longo período de expansão, que fez ressurgir a indústria têxtil e vestuário nacional e conferir-lhe um futuro promissor para o qual todos trabalhamos.

Demonstramos à saciedade que as indústrias tradicionais podem modernizar-se e ganharem mercados à escala global, diferenciando-se pelo valor, pela inovação, pela criatividade e pela intensidade do serviço.

Foi aposta central no mandato que se completa a recuperação da imagem do sector, o qual nem sempre esteve devidamente considerado pelas instâncias do poder, pela comunicação social e pela sociedade em geral, o que se efetivou pela promoção internacional do “made in Portugal” como uma etiqueta de qualidade e prestígio, do mesmo modo que se apresentou  a fileira como geradora de oportunidades para jovens talentos, procurando-se regenerar o tecido empresarial com novos profissionais, mais qualificados, e com novos empreendedores, nos mais diversos domínios, incluindo os serviços de apoio à indústria.

É com grande satisfação que afirmo, de forma inquestionável, que a aposta foi ganha e todos os objetivos propostos completamente concretizados: o sector é hoje reconhecido e até modelar, no país e no exterior; um verdadeiro case study de sucesso de uma atividade tradicional que se manteve moderna e até de vanguarda, também expresso pela filiação da ATP nas mais importantes organizações representativas, na Europa e à escala internacional.

Embora enfrentemos dificuldades na atração de mão-de-obra, algo que aliás perpassa por toda a atividade produtiva em Portugal, é com satisfação que vemos surgir novas empresas, lideradas por jovens bem preparados e com mundo, que assistimos à chegada de novas gerações à liderança de empresas já tradicionais, com décadas de existência, assegurando a sua continuidade, e que registamos o regresso expressivo de alunos aos cursos de engenharia têxtil e ao design têxtil e moda, entre sinais encorajadores.

Significa que o futuro está a ser preparado e vai acontecer.

Finalmente, há que dizer que, apesar de todos os esforços, não foi possível realizar ainda o desejado sonho de criar uma única Associação representativa do sector, tal como estava consagrado no programa deste mandato e nos anteriores, mas que, estou certo, o mandato que se seguir e os que se seguirem a esse não deixarão de prosseguir, com persistência, tenacidade e perseverança, até o alcançarmos, pois sabemos que só unidos, a pensar estrategicamente e a falar a uma só voz poderemos amplificar a sua influência, reconhecimento e resultados.

É com esta mensagem de dever cumprido, na passagem de testemunho, que encorajo todos aqueles que realizarão o mandato seguinte e lhes desejo as maiores felicidades para os desafios que terão pela frente e que estou certo serão vencidos com sucesso.

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