José Armindo Ferraz
uma época marcada pela incerteza, a única certeza que temos é que nada pode ser dado como certo.
Neste contexto, a atitude mais avisada é esperar o melhor e estar preparado para o pior. Penso que esta é a divisa da CIA, agência de inteligência norte-americana, mas poderia ser também a da Inarbel, assim como de todas as empresas, maiores ou menores, que compõem o sector têxtil e vestuário português.
A última década foi muito positiva para que esteve na nossa indústria de forma séria e preparada, para quem investiu na modernização de equipamentos e de procedimentos, para quem apostou na melhoria da eficiência da organização a todos os níveis, incluindo a gestão de topo e na qualificação do seu capital humano, mas, sobretudo, para quem procurou diferenciar-se pela inovação, pela criatividade e até pela marca.
Para a DR. KID foi um período de crescimento contínuo, de aprendizagem sofrida com o mercado, mas também de ganho de maturidade. Nada está como dantes, e, mesmo que enfrentemos tempos mais exigentes no futuro, há pelo menos a convicção que estamos mais preparados para responder. Se não tivéssemos feito nada, se nos acomodássemos aos compradores e aos preços, se não ambicionássemos mais mercados e mais clientes, estaríamos certamente mais expostos às dificuldades e, possivelmente, nesse contexto, não conseguiríamos sobreviver.
Por isso, quando, hoje, possivelmente na mudança de um ciclo, começam a aparecer as vozes dos “profetas da desgraça”, a clamar por um “abismo que está abrir-se” para indústria têxtil e vestuário portuguesa, confundindo a sua própria situação com a generalidade, que neles não se revê e menos ainda os legitima, só há uma forma de responder: mais trabalho, mais estudo, mais dedicação, mais envolvimento das equipas para se focarem nos resultados, mais presença nos mercados, mais agressividade comercial, mais inovação e mais criatividade. Só se pode responder ao negativismo com a positividade, tal como só se apaga o fogo com água.
Se assim fizermos, cada um e todos, então não se surpreendam que poderemos ter novamente mais dez anos de sucessos. Porque esperamos e queremos o melhor e porque trabalhamos dedicadamente para isso.