Alex Cadilhe
esistência… é a palavra que me ocorre cada vez que tentei e tento falar da necessidade do pequeno e medio comércio evoluir para o online. Mil e umas razões desde a falta de tempo, de recursos financeiros, de conhecimento. Como diz o ditado, ninguém nasce ensinado e não há nada mais enaltecedor de que superar desafios e evoluir.
Desde 2012 ou mesmo antes sabemos que o comercio virtual é a evolução lógica e mais um canal para a otimização da venda. Com a pandemia nunca foi tão premente as lojas de rua disponibilizarem uma solução online para continuar a vender e assim não desaparecerem do mapa. Ouvimos muitos lojistas queixarem-se das novas medidas para o estado de emergência, como se, por milagre, a situação fosse voltar ao normal de um dia para outro. Mas não vai.
Nunca mais será como dantes. E por isso temos de respirar fundo e avançar, sermos inventivos, criativos. Nunca houve tantas soluções fáceis para dar os primeiros passos online. Lojas virtuais praticamente disponíveis e facilmente customizáveis, vídeos em direto nas redes sociais onde podemos ver o que a loja tem para nos oferecer.
O importante é permanecer ligado aos clientes e proporcionar-lhes uma forma simples de continuar a fazer compras, mas desta vez a partir de casa. Uma nova tendência é efetuar uma vídeo chamada com o cliente e a operadora mostrar no momento as novidades disponíveis e proporcionar desta forma um atendimento personalizado como se estivesse com o cliente na loja.
O envio das peças para casa com a opção de troca e a facilidade do pagamento pelo Mbway ou paypal, por exemplo, são soluções que devem existir desde o primeiro momento. No comercio local até podem propor o levantamento na loja ou a entrega em casa em mão pela funcionaria da loja.
Em recentes estudos, o comercio virtual acusou um aumento de 52% nos meses do primeiro confinamento prevendo ultrapassar este número até março do próximo ano. A pandemia obrigou-nos a acelerar o passo, a encontrar soluções para criar uma nova normalidade nas nossas vidas.
Muitas marcas que não nasceram no digital rapidamente se adaptaram e veem hoje no comércio virtual um verdadeiro complemento da sua atividade em lojas físicas. Não se deve ver o comércio virtual como o inimigo a abater, mas como um novo aliado na adaptação aos novos meios de consumo.
Os pequenos e médios comércios podem proporcionar um atendimento ainda mais personalizado do que as grandes cadeias criando uma relação privilegiada com os seus clientes de sempre e abrindo as suas portas para novos clientes que, não vivendo nas suas cidades nunca os poderiam descobrir sem ser por esse meio.
Temos 5 anos para mudar. Prevê-se que em 2025 o comercio virtual represente uma parte igual ou superior ao comercio físico. Por isso, mãos a obra. Em tempos de mudança é que revelamos a nossa resiliência.