Contrapor … reconciliar …
T0 Agosto 2015

Dolores Gouveia

Tendências, design e marketing de moda
A

dialética entre o racional e o sensitivo, entre a ciência e a tecnologia, a arte e o design, o real e o imaginário, o analógico e o digital, o natural e o artificial, o artesanal e o industrial, o coletivo e o individual, o masculino e o feminino, entre passado, presente e futuro, é a força impulsionadora da estação de Outono/ Inverno 2015/16.

O foco é o reencontro com a nossa própria humanidade, a recomposição da nossa realidade e/ou normalidade subjetivas. A memória é o fundamento; a relação entre cultura e natureza, as analogias com o universo biológico geram in-puts únicos para a criação, para o desenvolvimento de soluções inovadoras, fundamentalmente human friendly e potenciadoras de bem-estar. O universo digital apresenta-se como cenário de infinitas possibilidades para as expressões e experiencias coletivas e individuais.

De facto, as pessoas têm vindo a repensar os seus valores e atitudes sobre a sociedade do ter, sobre os estilos de vida, sobre os recursos do planeta, sobre os media de expressão e experimentação. O movimento é no sentido de valorizar o ser, a economia colaborativa e solidária, a miscigenação cultural, a saúde e o bem-estar, a sustentabilidade ambiental, a expressão e experimentação físicas ou virtuais.

Responder às dinâmicas sociais, servir as necessidades e aspirações dos mercados fragmentados e dos indivíduos – tendo em conta o tema da personalização – disponibilizando algo novo, sedutor e emocionalmente relevante num item tangível (com cor, textura e forma) a um ritmo cada vez mais intenso (consequência da democratização dos movimentos de moda) é o desafio quotidiano da Indústria Têxtil e Vestuário.

Assim, o processo de captação e projeção de tendências apresenta-se como uma das atividades estruturantes do negócio da moda e do sector têxtil e vestuário, em particular. Envolve observar, identificar, analisar, compreender, interpretar com uma visão única e consonante com o Zeitgeist, a realidade.

De facto, as capacidades de observação sistemática e de análise rigorosa, uma visão intuitiva e antecipativa constituem os instrumentos essenciais para descodificar o diálogo entre macro tendências, micro tendências e tendências epidérmicas, movimentos ascendestes e descentes dos fenómenos socias e de moda, bem como, para desenhar cenários futuros.

Passado, presente e futuro inter-relacionam-se e condicionam-se. Assim, a antecipação de tendências está intimamente ligada com a observação do presente.

Acresce expor que no contexto da realidade dinâmica das tendências – macro ambientais, de consumo ou de moda – conseguir visualizar a big picture é imperativo.

Os novos homens…as novas organizações antecipam tendências, reinventam o mundo e constroem o futuro!

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