Foi em Portugal que encontrou o conhecimento e experiência que sabia necessária para o seu percurso.
stávamos em 1989 quando Laila Sørensen, fundadora e designer de moda da Sensify e na altura com apenas 23 anos, abandonou o país que a viu crescer, a Dinamarca, e rumou a Portugal em busca do conhecimento e da experiência que apenas a indústria portuguesa lhe poderia oferecer. “Se não me tivesse atirado ao desconhecido não teria acontecido do mesmo modo”, conta.
Porém, antes de saber que seria em Portugal que encontraria os ensinamentos, Laila já sabia que o seu caminho estaria na área da moda: “Desde pequena que estava sempre a fazer trabalhos manuais. Lembro-me de fazer tricot nas aulas que achava menos interessantes”.
Depois de terminar o 12º ano, a fundadora da Sensify trabalhou durante dois anos, “pois houve uma fase que não sabia o que queria fazer e estava a tentar descobrir”. Redescobriu que o caminho estava na moda e, nesse sentido, fez uma graduação em Design de Moda em Copenhaga.
Terminados os estudos, Laila salienta que encontrar trabalho no ramo não era fácil, “porque não havia muita indústria e eu queria trabalhar na indústria para conseguir desenhar de acordo com a fábrica, para não criar coisas que não eram viáveis na produção”. Não sendo a alta-costura o segmento que a conquistava, a designer sempre ambicionou “fazer roupa para o dia-a-dia e que se adaptasse à indústria, fosse comerciável e viável”.
Foi, nesse sentido e na sequência de contactos estabelecidos através da AICEP em Copenhaga, que tirou 15 dias de férias em Portugal, “para procurar e sentir o país”, tendo feito o mesmo no ano seguinte. No entanto, dessa vez, sem retorno: “percebi que era possível e avisei os meus pais que já não regressava. O plano inicial era ficar em Portugal durante dois anos”.
Passados dois meses, Laila começou a trabalhar nas Confeções Nobreza, onde esteve um ano e meio, tendo transitado para a Profato, onde esteve durante quase oito anos. “Correu tudo tão bem, que uma coisa levou a outra, tudo fluiu e acabei por ficar e não apenas por dois anos”, salientou.
Depois de sair da Profato, foi em 1998 que começou a montar a empresa que continua a ser a mesma de hoje: a Sensify. “Inicialmente, fazia agenciamento e coleções em regime freelancer, mas também ajudávamos no desenvolvimento de moldes e amostras, bem como consultoria para marcas e lojas”. Só em 2005 é “que se fechou um ciclo e começaram a ser desenvolvidas as coleções próprias”.
“Foi um processo lento, sozinho e sempre a tentar o mercado. Foram sempre coleções com base na linha nórdica, com linhas simples, peças comerciais e sempre com fibras naturais”. Em mutação e adaptação ao mercado e aos meios, a sustentabilidade e a ecologia não são indiferentes à Sensify e Laila enfatiza que haverá ainda uma nova fase em que quererá estar presente: a ligação entre a moda e a saúde.
Com a gestão e desenho nas suas mãos, aproveitando todo o saber-fazer adquirido na sua experiência, reconhece que, apesar do caminho solitário, tem – hoje em dia – ajuda na parte logística e de confeção. As novas coleções vão surgindo com peças funcionais que oferecem várias opções de uso e, para breve, estão as peças trabalhadas manualmente através do tricot (por exemplo) – “faz parte da minha essência”. Aí pretende inserir uma nova vertente: a social e colaborar com diversas pessoas na produção dessas peças com trabalhos manuais.
Atualmente concentrada na internacionalização – sobretudo nos mercados do norte, “da Alemanha para cima” – as feiras são relevantes, mas a fundadora da empresa não esquece a importância do online e do digital na propagação da sua marca num mercado que está em constante mudança e ao qual a Sensify faz questão de se adaptar e responder.
A sensação continua a ser de ter tomado o passo certo em 1989: “fiquei porque senti que em Portugal tinha liberdade para fazer coisas, porque havia muito para fazer”. Vinda de um país de muita coisa feita, Laila sentiu que o seu conhecimento podia fazer a diferença no nosso país e que “a indústria portuguesa, com o seu conhecimento e com a dedicação incansável das pessoas, seria importante”. A Sensify existe desde 1998 e continua a ter muitas cartas para mostrar.
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