Dos teares
Às magias da Inteligência Artificial
Gilberto Loureiro
T90 - Fevereiro 24
Emergente

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Na Smartex.ai
"Vemos diariamente o impacto do nosso trabalho"

Fascinado pela ineficiência e desperdício da têxtil é através da Smartex.ai que Gilberto Loureiro, CEO e co-fundador, procura conseguir alcançar um objetivo: que as fábricas se tornem 100% eficientes e reduzam os seus desperdícios, pois o machine learning permite lidar com a subjetividade da têxtil.

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ascido e crescido no ambiente têxtil de Barcelos, o CEO e co-fundador da Smartex.ai, Gilberto (Gil, como é chamado) Loureiro não esconde que os meses de verão que trabalhou como operário de tear o fizeram querer afastar-se deste mundo. Porém, o fascínio pela ineficiência desta indústria fez com que encontrasse, junto com os seus dois sócios, no machine learning e na Inteligência Artificial “o gancho que falta para automatizar a indústria têxtil”.

Na verdade, como contou, não foi até ao 12º ano que o CEO descobriu o que queria fazer. Dotado para as áreas da Matemática e da Física, a professora de Física desse ano disse-lhe “escolhes Física e depois decides o que fazer a seguir, pois é um caminho que te abre muitas portas”. Mas, há ainda outro ensinamento da docente que está até hoje no seu pensamento, que ainda partilha com os seus colegas e que acabou por ser algo visionário: “tenta estar algures na área da tecnologia, porque daqui a 20 anos quem não estiver relacionado com a tecnologia fica para trás”. Foi assim que o clique na área tecnológica se deu. 

Licenciado em Engenharia Física e mestre em Física e Finanças, Gil Loureiro afirma que, agora, se sente mais próximo da área de negócios e finanças, mesmo que o doutoramento não esteja nos seus planos. Quanto à Smartex.ai, é uma história que se está a escrever oficialmente desde 2016, mas que, analisando o seu passado, parece ter começado bem antes. Foi nos verões passados na têxtil que compreendeu que a ineficiência e o desperdício o fascinava e o inquietava e é através da Smartex.ai que procura conseguir alcançar um objetivo: que as fábricas se tornem 100% eficientes e reduzam os seus desperdícios, pois o machine learning permite lidar com a subjetividade da têxtil. 

Foi com este conceito, e a partir de 2016 com os seus sócios, que a Smartex começou a preencher os fins-de-semana. Depois passaram a ser as noites da semana e quando se apercebeu já estavam na China. Porém, para alcançar estes voos, teve que abandonar a estabilidade e investir as suas finanças pessoais no projeto e, eventualmente, chegou um investidor americano com escritórios na China, onde foram desenvolvidos os protótipos.

Foi sobretudo neste período de quase um ano que o interesse pela área dos negócios cresceu, no sentido de “não ser apenas a tecnologia, mas também o problema que ela pode resolver e a rentabilidade que pode ter”. Seguiu-se São Francisco por igual período de tempo, onde esteve rodeado de pessoas da tecnologia, e aí se aliou o cruzamento entre a paixão pelo negócio e a tecnologia: algo que continua e, agora, a Smartex.ai já são cerca de 150 pessoas e até já tem escritório na Turquia. 

Ambicioso, determinado, dedicado de corpo e alma à Smartex.ai e 50% do tempo a viajar “para os locais mais impensáveis do mundo” para divulgar este projeto, o CEO confessa que “praticamente só trabalho, pois se eu trabalhar 100 horas semanais em vez de 40 horas e se tiver a tecnologia a ajudar-me a ser mais produtivo, eu consigo em três meses o que uma pessoa faz num ano e em três anos consigo fazer o que uma pessoa consegue numa década”. Mas tal só acontece, porque “a Smartex.ai permite fazer mais do que trabalho”, salientou, acrescentando, em jeito de conclusão: “adoro o que estamos a fazer e vejo o impacto do que fazemos todos os dias: milhões de litros de água poupados, as dezenas de toneladas de malha que já poupámos. Começamos a ver esse impacto e é algo mágico”.

Cartão Do cidadão

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