T-shirts DeBlanc
A DeBlanc correu tão bem que Isabel não conseguiu conciliar com o trabalho na empresa
Isabel Miranda
T29 Fevereiro 2018
Emergente

José Augusto Moreira

A paixão da moda
Apesar de ter iniciado o curso de Análises Clínicas e Saúde Pública, a paixão de Isabel falou mais alto

Depois do secundário, Isabel Miranda achou que o seu futuro passava pela área da Saúde. Entrou no curso que queria, mas percebeu que não era por ali que passava o seu futuro e virou-se para a sua paixão de sempre: a moda. Hoje - depois de vários cursos e experiências no setor - acompanha os pais na gestão diária da sua empresa, a Olmac.

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á coisas que são intuitivas. Constatam-se, mesmo sem qualquer explicação evidente ou imediata. Assim se passa quando se mete o pé dentro da Olmac e logo aí se sente que algo por ali tem que ver com a juventude fresca e dinâmica de Isabel Miranda. Por enquanto uma espécie de delfim na empresa criada pelos avós paternos na ressaca da revolução de Abril, mas cujas referências curriculares são até susceptíveis de induzir em erro.

Dizem que era para ser outra, que não os têxteis, a orientação para o rumo futuro da sua vida. No horizonte profissional estava antes a área da Saúde, mas sabe-se como os documentos escritos nem sempre conseguem reflectir a essência da realidade.

De facto, até por lá andou, mas a paixão pela moda fê-la mudar de agulha a meio do percurso.

“Sempre gostei de estilo e tendências, a moda sempre foi uma paixão”, explica, se bem que as opções escolares e a ideia de um curso académico tenham começado por empurrar na outra direcção.

Talvez porque a irmã (Catarina, mais velha quatro anos) já estivesse a concluir o curso de medicina, ou, quem sabe, até só porque lhe permitia continuar a andar por perto da fábrica, por onde sempre cirandou desde criança na companhia dos avós e dos pais, que agora acompanha na gestão diária da empresa.

Concluído o secundário – no INA, o velho Colégio das Caldinhas – a opção era pela área da Saúde e o curso de Análises Clínicas e Saúde Pública, na CESPU, parecia até uma boa opção, mas na verdade a moda nunca deixou de lhe andar na cabeça. E foi já a meio do curso que arriscou ter uma conversa com os pais e acertar agulhas com o instinto. “Foi tudo pacífico, uma conversa muito tranquila”, recorda. “Vi que não era aquilo que queria para o meu futuro, que tinha que mudar para ser feliz”, e ficou combinado que nas férias seguintes avançaria para uma primeira experiência de trabalho na Olmac.

E só não pode dizer que foi até hoje porque entretanto quis conhecer toda a realidade do têxtil em mini-estágios onde passou por empresas de malhas, estampagem, moldes e tinturaria. Não lhe chegava, e quis completar as experiências com um curso de styling e consultadoria de imagem “para acrescentar conhecimento ao know-how adquirido”.

Tanto que dois anos depois (em 2012) já estava a lançar uma marca própria de t-shirts, que concebeu e desenhou na íntegra. “Queria criar um projecto meu desde o início. Tinha tudo dentro de portas e até a ajuda e o suporte essencial dos pais, tinha tudo para dar certo”, desvaloriza.

Nascia a DeBlanc, mas o problema foi que a coisa correu mesmo muito bem – “chegou a facturar à volta de 30 mil euros no primeiro ano” – e foi preciso depois tomar decisões: “Não podia deixar de parte o principal. Já estava na empresa há dois anos e a ideia inicial é que fosse apenas uma espécie de part-time, mas com as proporções que tomou acabou por ter que ficar de parte”.

Isabel dedica-se hoje de alma e coração às funções na Olmac: “Comecei do zero como outra pessoa qualquer. Sou comercial, tenho alguns clientes sobre a minha responsabilidade directa, vou às feiras e dou a cara pela empresa”. A ideia passa por, “step by step”, começar a dar alguma folga ao pai, Orlando Miranda, na direcção da empresa.
Para já, todas a energias estão concentradas no private label, mas tem também dentro de portas duas marcas com provas dadas. A Olmac, que expõe com grande sucesso em feiras como a Ispo, na Alemanha, “apenas para mostrar aquilo que somos capazes de fazer”; e a DeBlanc, que “está em stand by, mas quem sabe um dia não volte a renascer mais madura”.
E basta ver o brilho que se acende nos olhos de Isabel Miranda quando fala da “colecção básica com estampados e embalagens apelativos” da DeBlanc para se perceber que a moda sempre foi a sua paixão.

Tal como quando se mete o pé dentro da Olmac. Há um look moderno, de estilo depurado, solto e acolhedor, que logo se insinua e com ela se identifica. Mesmo que não haja qualquer explicação. Intui-se.

Cartão Do cidadão

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