Vanessa Garcia-Aguiló
“Toda a gente anda vestida de igual. O que pode diferenciar é uma carteira que seja uma jóia”
Vanessa Garcia-Agulló
T2 Outubro 2015
Emergente

Jorge Fiel

Vanessa Garcia-Aguiló
“Uma carteira Babash dispensa brincos e colares”

A empresária da Babash tem 45 anos e é licenciada em História de Arte. “Tentar sempre ser uma pessoa melhor” é o seu mantra. Além dos acessórios, tem uma empresa que faz instalações florais

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abash Design. Porquê Babash? Bem, porque Vanessa nasceu em Londres, em 1970, filha da paixão de um diplomata espanhol por uma inglesa chamada Elisabeth, mas que pais, irmãos e amigos de infância tratavam carinhosamente por Babash.

Babash é o petit nom da mãe de Vanessa Garcia-Agulló, mas também a marca das carteiras, cintos e bijuteria que ela e a cunhada Catarina Feio estão a fazer crescer mais depressa do que imaginavam. Estão no mercado só desde o início do ano e já estão a ser namoradas pelas Galerias Lafayette e os suíços da Globus – e têm 60 pontos em dez países, do Qatar ao Congo, passando por Bélgica, Austrália e Itália. Cá, estão na Loja das Meias (Lisboa) e no The Fitting Room (Porto).

Mas recuemos no tempo para contar direitinho a História e Pré-História da Babash, nome de pessoa e de marca de acessórios com nomes de pessoas. Todas as 28 carteiras e cinco cintos foram estão baptizados –  a carteira best seller chama-se Noah, “em homenagem ao sr. Noé, o último marceneiro do Porto”.

Até aos 14 anos, Vanessa vagabundeou pelo mundo, do Egipto para o Gana, da Libéria para a India, ao sabor das colocações decididas no Palácio de Santa Cruz, em Madrid, até que em 1984 os Garcia-Agulló foram mandados para o consulado geral de Espanha no Porto, onde decidiram deitar âncora.

Vanessa andou no Colégio do Rosário, antes de decidir cursar História de Arte, e ia ganhando o dinheiro para os seus alfinetes em biscates variados, como feiras na Exponor ou como recepcionista no Ipanema Park. O primeiro emprego a sério foi na Alfândega, a ajudar Isabel Aires a arrancar com o Museu de Transportes. Era aqui que estava feliz, quando a Sogrape decidiu mandar o marido (Fernando, tal como o avô, o genial inventor do Mateus Rosé) para a Argentina, gerir a recém-adquirida Finca Flichman.

Habituada de pequena a ser nómada, Vanessa lá foi, demorando-se três anos em Buenos Aires, onde nos tempos que o ofício de mãe lhe deixavam livres, dançava sevilhanas  e fez muitos cursos: vinhos, cozinha, pintar paredes, jardinagem, etc.

De regresso, em 1999, teve uma passagem de cometa pela Alfândega, antes de se decidir a ganhar a vida a trabalhar com o que gostava – flores. Assim nasceu a Casa Florida, que faz instalações florais em eventos corporate (conferências, jantares, reuniões, etc) e tem uma avença da Casa da Música.

A ideia de se meter numa coisa relacionada com Design veio à baila há dois anos, numa conversa com a cunhada Catarina. Quem diz design diz acessórios, mulher, carteiras, cintos, bijuteria.… Conceito? “Toda a gente anda vestida de igual. O que pode diferenciar o look é usar uma carteira que seja uma jóia que dispensa brincos e colares”, explica Vanessa, acrescentando que Babash é sinónimo de produto artesanal de cultura portuguesa com coisas internacionais, como uma pedra africana, um tecido do Congo ou uma montagem de conchas do Bali.

Afinado o conceito, não precisaram de andar muito para arranjar fornecedores – estão todos à volta do Porto.  E em Janeiro, fizeram-se à estrada, começando pela Who’s Next, uma estreia que correu bem apesar de estarem num sitio mau. Depois foi sempre a subir, na Edit em Nova Iorque e de volta a Paris à Who’s Next, em Setembro, já num lugar melhor. Tudo correu lindamente. O sucesso chegou muito depressa. “Quem sabe se para o ano vamos começar devagarinho com sapatos?”

Cartão Do cidadão

Família Casada, tem três filhos, Fernando, 19 anos, José Maria, 16, e Salvador, oito  Formação Licenciada em História de Arte Casa Vivenda no Pinheiro Manso, Porto Carro Audi e uma Kangoo para o negócio das flores Portátil Mac Book Air Telemóvel iPhone 5 Hóbis “Leitura, leio imenso!, cozinhar, vou voltar a danças sevilhanas, mas o meu verdadeiro hóbi são as flores, que também são trabalho”  Férias Íamos sempre para as Salinas, no Algarve, mas este ano mudamos e fomos para a Croácia”  Regra de ouro “Tentar ser sempre uma pessoa melhor”

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