Catarina, a farmacêutica
A área da saúde sempre foi o seu objectivo, para o qual se preparou com todo o afinco
Catarina Lopes
T77 - Novembro 22
Emergente

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Remédios para a moda
A actividade têxtil iniciada pelo avô sempre esteve fora dos seus planos

Uma farmacêutica com remédios para a moda

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área da saúde sempre foi o seu objectivo, para o qual se preparou com todo o afinco. A actividade têxtil iniciada pelo avô sempre esteve fora dos seus planos e nem queria sequer pensar juntar-se à família para trabalhar. Aos 32 anos, no entanto, a vida já lhe fez saber que o melhor não dizer nunca desta água não beberei. 

“Não faço projectos nem planos de futuro, já tive e percebi que não faz sentido, o que é preciso é ter um foco e objectivos para o dia-a-dia”, diz Carolina, rendida ao pragmatismo: “Enquanto estiver a aprender estou no sítio certo, quando não estiver a aprender é altura de partir para outra”. 

Foi com o mesmo sentido pragmático que se preparou para a carreira na saúde. Sempre muito boa aluna, após o curso ainda trabalhou um ano numa farmácia, em Guimarães, saltando depois para uma das multinacionais da área, que a reteve em Lisboa durante três anos.  

A família, no entanto, soube esperar. E quando pareceu ser a altura certa para a puxar para a empresa, o pai atacou. 

“O desafio era aliciente e na numerologia até sou o número um, que corresponde às características de liderança e empreendedorismo. Foi difícil deixar, mas nessa altura queria mesmo coisas novas, desafios”, reflete a farmacêutica que quis procurar  remédios para o desafio lançado pelo pai na área da moda. 

Chegou à Calvi, a empresa da família, no início de 2019, com a missão de lançar o projeto Calvi Wholesale, que propõe às marcas um serviço completo com base em soluções sustentáveis. “O cliente consegue fazer tudo na Calvi, somos o fornecedor único onde ele desenvolve toda a colecção, a verdadeira solução everything you need in one place”, explica a agora gestora têxtil.

Mas como aprendeu na ciência, na base de uma solução bem-sucedida está sempre o método e a experimentação. Não quis avançar às cegas e pôs-se primeiro no papel do cliente criando  a Nüwa, a marca sustentável da Calvi, “uma espécie de laboratório para perceber quais as principais dificuldades e entraves que encontra uma marca nova”. Só assim poderia depois propor o remédio certo. 

“Identificamos o que é mais procurado e com base num catálogo de modelos já feitos o cliente personaliza segundo a suas escolhas e conceito. São clientes private label, marcas que querem rapidez e entrega, série reduzidas, jovens criadores e marcas em lançamento, que podem usufruir da experiência e conhecimento têxtil da Calvi, com rapidez e a preço competitivo”, explica Catarina, convicta a eficácia da terapêutica que oferece para as muitas marcas que cada vez mais procuram as soluções made in Portugal.

Como o projeto arrancou no preâmbulo da pandemia, a jovem gestora considera que este foi mesmo o ano de afirmação da Calvo Wholesale. “Já temos clientes um pouco por todo o lado. Os portugueses foram os primeiros, mas agora também da Alemanha, bélgica, Inglaterra, França, alguns com marcas já implantadas no mercado. O nosso produto é realmente bom, depois de verem e tocarem as pessoas ficam sensibilizadas e fidelizadas”, diz a gestora que assegura ter como único objectivo fazer crescer e consolidar o projeto.

E como diz que tem ainda muito para aprender na área têxtil e moda, é de crer que se mantenha por longo tempo no negócio da família. Mesmo que entretanto vá andando de mochila às costas pelos confins da Índia ou do Nepal.

Cartão Do cidadão

Catarina Lopes

Gestora de Projecto da Confeções Calvi 

Familia Vive com o namorado, Filipe, e dois gatos (Guru e Chanti) Casa T2 no centro de Guimarães Formação Ciências Farmacêuticas (UP) Carro É um SUV, BMW X4 Portátil Asus Vivo Book Telemóvel iPhone 11 Hobbies Corrida e leitura (autoconhecimento), mas também as caminhadas na montanha e a descoberta das gastronomias do oriente Férias Sempre de mochila às costas. Andou um mês pelo Peru e ambiciona fazer o mesmo na Índia e no Nepal Regra de Ouro “somos o que pensamos”

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