Da Alemanha à Tintex
O jovem esteve dois anos na empresa de pneus continental, mas avesso a rotinas acabou por regressar
Ricardo Silva
T67 - Novembro 2021
Emergente

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Inovação no ADN
A Tintex tem inovação no seu ADN o mesmo que corre nas veias de Ricardo Silva

Costuma dizer-se que há dois tipos de pessoas: as que fazem muito e mostram pouco, e as que pouco fazem e muito mostram. Ricardo Silva, 32 de anos, encaixa sem hesitações no primeiro grupo.

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um rapaz de poucas palavras, temperamento sereno e para quem a intempestividade é “um lugar sem interesse nenhum”. “Gosto de me dar bem com as pessoas, viver em paz sem grandes ondas, e acredito muito no conceito de karma: o que fazes aos outros volta a ti”, reflete o jovem empresário.

E na verdade sempre foi assim. Nascido e criado em Esposende, mais concretamente na freguesia de Vila Chã, Ricardo é o neto e filho primogénito da família paterna.

“Cresci com o meu irmão mais novo e mais dois primos. Íamos para casa dos meus avós a seguir à escola. Tenho muito boas memórias da minha infância”, conta Ricardo que, pelo facto de ter entrado para a escola já a saber ler e escrever, transitou direto para o 2º ano.

Bom aluno, reservado e cumpridor, Ricardo seguiu depois o seu percurso escolar nas escolas de Esposende onde, já nessa altura, os seus interesses de inclinavam para as áreas das ciências e matemáticas. “Sempre adorei química”, recorda-se.

Sem nunca ter equacionado vir a trabalhar na Tintex Textiles, fundada pelo seu pai em 1998, Ricardo opta por Engenharia Química na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP. “Em miúdo devo ter vindo há Tintex umas três vezes, se tanto. Não era uma área que me interessasse nem o meu pai falava muito da empresa”, lembra. Assim, o caminho, após concluir o mestrado, leva-o até à Alemanha onde acaba por trabalhar durante cerca de dois anos na empresa de pneus Continental. “Eu fui para lá apenas 6 meses, para suprir uma licença de maternidade, mas gostei tanto que acabei por ficar dois anos a trabalhar num outro projeto de investigação e desenvolvimento”, pormenoriza.

Estávamos em Dezembro de 2014. Na Alemanha o frio apertava quase tanto como as saudades de casa, e foi num almoço de família que Ricardo, avesso a rotinas e fã de mudanças, decidiu mudar a vida. “O meu pai disse-me que queria apostar nos têxteis técnicos e nas certificações, eu também queria voltar para cá e então criou-se a oportunidade perfeita”, explica o jovem que em Abril de 2015 assume funções na Tintex Textiles.

“Estive quase dois anos na área da produção, a acompanhar os processos, a otimizar e só quando senti que estava tudo maduro é que passei para a área comercial”, justifica. Atualmente para além de tinturaria e acabamentos a Tintex Textiles tem também uma área de revestimentos e em 2017 fundou uma outra empresa de tricotagem , a HATA, que fornece a matéria-prima da Tintex.

“É esta cadeia que nos permite ser hoje uma empresa com altos níveis de sustentabilidade. Criamos de raiz, explica o director comercial da empresa com sede em Vila Nova de Cerveira.

Chegar mais perto do consumidor final é outro dos desígnios da Tintex Textiles que, com uma estratégia de comunicação bem definida, quer influenciar toda a cadeia de valor. “Da mesma maneira que há muitos anos fomos às marcas e não ficamos presos a meio do caminho na confeção, agora temos que chegar e comunicar com o consumidor final. Tem uma dupla vantagem: percebemos o que acontece no mercado e agimos mais rápido e influenciamos a comunicação das marcas estando junto delas”, acrescenta.

A inovação está por isso no AND da Tintex Textiles, o mesmo que corre nas veias de Ricardo Silva que quer “fazer mais negócios em áreas diferentes, mesmo que sejam coisas pequenas porque é de pequeno que as coisas crescem e, eventualmente, se tornam grandes”, remata.

Cartão Do cidadão

Família Vive com a sua melhor amiga, a Malu, uma cadela da raça chiba Formação Mestre em Engenharia Química pela FEUP Casa Apartamento em Esposende Carro BMW Série 1 Portátil MacBook Pro Telemóvel i Phone X Hobbie Descobriu recentemente um novo vício, o paddle. Competitivo por natureza, é também fã de jogos de tabuleiro e videojogos Férias A regra é não ter regras nem rotinas. “Este ano fui para Palma de Maiorca com cinco amigos, o ano passado fui em família para o Algarve”, mas Sudoeste Asiático e África do Sul estão na agenda Regra de ouro  “What goes around, comes around”.

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