A diretora de Inovação da Têxteis Penedo tem 37 anos e é licenciada e mestre em Química pela Faculdade de Ciências da UP. Em pequena, dizia que quando fosse grande queria ser uma cientista maluca
ortinados em que basta carregar num botão para surgir neles a figura iluminada de um pinguim ou do Tio Patinhas? Um fio com incorporação de cortiça que permite fabricar tecidos com as propriedades isolantes do produto natural que é um ex-libris de Portugal? Um cobertor inteligente que dá mais calor às partes mais frias do nosso corpo? Uma toalha de mesa onde entornar vinho ou o molho não é um drama, pois é só passar um pano húmido e fica como nova? Reposteiros que absorvem os raios solares, aquecem a sala se está frio, ou arrefecem-na se está calor, diminuindo assim a conta da energia?
Sandra Ventura, 37 anos, é o denominador comum a estas cinco magias, que desenvolveu em parceria com o CITEVE (onde está residente) e o CeNTI.
“Estou sempre a pensar no que se pode inventar”, conta a diretora de Inovação da Têxteis Penedo, nascida em Braga, filha de uma professora primária e de um ribatejano piloto da Força Aérea, e que ganhou os seus primeiros dinheiros com 18 anos, nas férias grandes, a trabalhar numa loja Undercolors da Benetton.
Em casa todos queriam que ela fosse professora, para perpetuar uma tradição das mulheres da família. A mãe, a tia e a avó paterna tinham sido professoras, mas ela quis fugir a esse destino. Passou em revista as saídas possíveis, eliminou Medicina porque não podia ver sangue, e concluiu que quando fosse grande queria ser “uma cientista maluca”.
Na ausência de uma faculdade vocacionada para formar cientistas malucos, Sandra matriculou-se em Química e mudou-se para o Porto, instalando-se num apartamento alugado na 5 de Outubro que lhe dava para ir para as aulas a pé.
O curso e ela não foram um caso de amor à primeira vista. “Era muito puxado. Bem mais duro e exigente do que eu estava à espera”, explica Sandra, que em 2004, no final da licenciatura, percebeu logo por experiência própria que as bolsas de mestrado e doutoramento não abundavam, e apostou no TVC Formar, um projeto de nanotecnologia e novos materiais, promovido pelo CITEVE, que compreendia seis meses de formação e 18 meses de estágio em empresa.
O estágio, na Têxtil Alberto Sousa (fábrica de acabamentos e tinturaria das Taipas), correu bem e mal, dependendo do ponto de vista. Bem, porque Sandra trabalhou em dois acabamentos, um tecido easy clean e um outro retardador da propagação de chama. Mal, porque a empresa fechou as portas dois meses antes dela esgotar o tempo de estágio.
Apesar dos acidentes de percurso, Sandra foi fazendo o seu caminho académico e empresarial, que a levou da Química até à Engenharia Têxtil. Em Abril de 2010, respondeu a um anúncio e foi parar à Têxteis Penedo, o último passo para a concretização do seu sonho de criança de ser “cientista maluca”, uma versão feminina do professor Pardal (o inventor mais famoso de Patópolis) – e melhorada, porque ao contrário do que acontece com a personagem do Walt Disney as invenções dela funcionam, apesar dela não usar um chapéu pensador.
Família Casada, não tem filhos Formação Licenciada em Química, pela Fac. de Ciências da UP, onde fez o mestrado em Química Científica. Está a fazer o doutoramento na área de Engenharia Têxtil na UMinho Casa Vivenda em Fraião, Braga Carro Mini Cooper e dois 2CV Portátil Sony Vaio Telemóvel iPhone 6 Hobbies Gosta de passear, ler, ouvir música e ir ao ginásio, mas sobra-lhe pouco tempo livre Férias Nas últimas, andou pela Grécia, entre Santorini e Creta Regra de ouro Dizem que sou perfecionista, porque gosto de fazer as coisas direitinhas