23 Junho 20
Indústria

António Moreira Gonçalves

We Sustain: a nova aceleradora para a sustentabilidade têxtil

São jovens, representam uma nova geração da indústria têxtil e querem ter um papel activo na transição sustentável. Ana Silva Tavares e Daniel Pinto reuniram os vários anos de experiência na área e lançaram a We Sustain, uma consultora técnica que quer apoiar fabricantes e marcas de moda a seguirem o caminho da produção responsável, sem cair na armadilha do Greenwashing.

“A We Sustain surge porque identificamos uma lacuna, as empresas têm dificuldade em encontrar recursos humanos que combinem uma experiência na têxtil e um background ligado à questão ambiental”, explica Ana Tavares, que depois de vários anos a trabalhar como diretora do departamento de sustentabilidade da Tintex, junta agora forças com Daniel Pinto, director de desenvolvimento e estratégia da Scoop, para criar uma nova consultora, orientada para a produção têxtil responsável.

A partir de uma consultadoria técnica, a We Sustain coloca o seu know-how ao dispor da indústria e das marcas, oferece-se para participar na definição de uma estratégia de sustentabilidade e no desenvolvimento de projectos de inovação e desenvolvimento e constrói a ponte entre as marcas que procuram soluções sustentáveis e empresas que têm já boas práticas instituídas.

“Quando as empresas entram em contacto connosco fazemos um diagnóstico, percebemos qual o posicionamento da empresa, identificamos os objetivos e vemos qual o trabalho já feito, depois passamos para uma fase de implementação, aconselhamos as certificações necessárias e envolvemo-nos nos projectos de inovação”, explica Ana Tavares, sobre o processo que já está em andamento com algumas empresas.

Mas depois das mudanças instaladas, há ainda a necessidade de um trabalho de comunicação. “Portugal é identificado muitas vezes como ponta de lança na sustentabilidade e uma das falhas que nos é apontada é não sabermos vender aquilo que fazemos”, lembra a co-fundadora do projecto. “Temos visitado muitas empresas em Portugal que têm um trabalho espectacular, de responsabilidade ambiental e social, de recuperação de águas, de tratamento de resíduos, etc. E nada disso surge associado ao produto que vendem”, constata.

Um trabalho onde é necessário evitar o perigo do Greenwashing: empresas que se afirmam sustentáveis sem uma base real, ou o caso de empresas que já têm praticas instituídas e o comunicam de forma errada. “Queremos evitar aquilo que muitas vezes acontece: as empresas não sabem o que fazer e criam uma comunicação que se assemelha a greenwashing”, esclarece a co-fundadora do projecto.

Oficializada em abril, a We Sustain é agora apresentado ao público, já com uma rede de parcerias construída: desde a própria SCOOP – onde está sediada – até um conjunto de iniciativas orientadas para a sustentabilidade, como a Drip by Drip, a Kind of Blau, a The Bear Scouts e a C.L.A.S.S, a que se acrescenta um projecto em colaboração com o Modatex que será apresentado em breve.

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