2 Março 2017
Sustentabilidade

T

Vilartex já produz malhas a partir de plásticos recolhidos no mar

As preocupações ambientais e os objectivos de reciclagem são cada vez mais uma exigência das grandes marcas e a Vilartex está na linha da frente no fornecimento de matéria-prima. A mais recente novidade é a produção de malhas a partir da utilização de resíduos plásticos recolhidos no mar, depois de ter sido também pioneira no uso de algodão amigo do ambiente e de há dois anos ter começado a produzir a partir de garrafas de plástico recicladas.

“O fio de poliéster feito a partir dos resíduos de plásticos recolhidos nos oceanos é uma novidade que foi apresentada agora em Fevereiro, em Paris, na Première Vision, e logo aí decidimos avançar para a sua utilização”, explica Carmen Pinto, administradora da empresa de Guimarães que há muito faz questão de utilizar produtos orgânicos e amigos do ambiente.

A par da certificação GOTS, de responsabilidade ambiental, a Vilartex – Empresa de Malhas de Vilarinho, Lda, há muito que utiliza também o algodão BCI, de produção a amiga do ambiente, e há mais de dois anos tinha avançado também com a utilização de fios resultantes de garrafas de plástico recicladas.

“Estamos orgulhosos de fazer parte deste movimento”, acentua a administradora, mostrando que a utilização de soluções de sustentabilidade e amigas do ambiente representa também uma vantagem competitiva. “Fomos pioneiros e avançamos para a utilização de fio reciclado por iniciativa nossa, sem que isso nos tivesse sido exigido ou solicitado pelos clientes. Sabíamos que as grandes marcas como a H&H, Adidas, COS ou Inditex  têm objectivos a cumprir  nesta matéria até 2020, e o que se verifica é que começa a haver uma procura louca deste tipo de materiais”, confessa Carmen, que partilha com os pais e irmãos a direcção da empresa.

Quanto à produção, explica que a utilização dos fios de plástico reciclado não implicou qualquer investimento ou reconversão. “Exige apenas um espaço próprio de armazenamento e também o tear tem que ser 100% limpo e o espaço delimitado, para não haver contaminações. Também a malha é depois embalada com material especifico cumprindo as exigências ambientais”.

Desde 2013 que A Vilartex decidiu investir na exportação como forma de contornar a grande dependência do mercado ibérico. A aposta na qualidade e em produtos inovadores tem sido ponto central na estratégia, que em três anos permitiu passar de 300 mil euros para 1,7 milhões de exportações, numa facturação que deverá ter ultrapassado os 30 milhões.

Quanto às malhas com base em plásticos reciclados, a exportação acaba por ser feita de forma indirecta uma vez que são utilizadas por fabricantes nacionais que trabalham para as grandes marcas. De uma coisa Carmen Pinto está segura: “Até 2020 vai haver um crescimento acentuado na procura deste tipo de produtos”.

Partilhar