29 Novembro 2017
Forum Têxtil

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Sistema de moda português já vale mais de 20 mil milhões

Depois do ouro, a platina. O crescimento das exportações, do volume de negócios, das empresas e do emprego na Indústria Têxtil e do Vestuário (ITV) fez antecipar os melhores cenários traçados para o ano 2020 e os dirigentes do sector olham já para 2030 com ambição redobrada. Se para o final desta década o objectivo era ouro, para 2030 a meta é platina.

As linhas acabam de ser traçadas pelo director-geral da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Paulo Vaz, durante o XIX Fórum da Indústria Têxtil que decorre esta tarde, no auditório do Citeve, que apresentou um balanço mostrando que os objectivos mais ambiciosos – o cenário ouro – que tinham sido traçados para o ano 2020 foram já pulverizados no ano passado: Um volume de negócios de 7.347 milhões de euros; 5.035 milhões de exportações; mais de 12.000 empresas; e mais de 135 mil empregos.

Nos números apresentados destacam-se os 20 mil milhões de euros que representam os negócios do sistema de moda em Portugal no final de 2016, com a ITV a ser responsável 10% do total das exportações, 9% da produção e 20% do emprego da Indústria Transformadora. Mas a ITV quer muito mais, como explicou Paulo Vaz, e o cenário mais ambicioso e “muito optimista” traçado para o final da próxima década mostra que em 2030 o sector têxtil poderá atingir um volume de negócios de 10 mil milhões e 7 mil milhões de exportações.

Para isso, a ATP deixa um “Roadmap” para a ITV nacional com o objectivo de “ser líder mundial da Indústria Têxtil e de Moda para mercados de nicho e de elevado valor acrescentado”.  Um guião que tem por base cinco eixos estratégicos. Pessoas, com “novos profissionais altamente qualificados e novos empreendedores nos negócios da moda”; Tecnologia, para “manter e desenvolver novos materiais, engenharia do produto e do processo, know-how e competências”, a chamada indústria 4.0; Design, com “serviço integrado aos clientes, novas marcas e mercado digital”; Internacional, com “mais exportações, maior valor acrescentado exportado e mais empresas exportadoras”; e Imagem, para “atrair novos talentos e reforçar o valos da marca Made in Portugal no Mundo”.

Para isso, a ITV conta com factores positivos como o facto de ter o “lead time” mais curto do mundo, formar um cluster com uma fileira completa, estruturada, dinâmica e sinérgica, que é suportada por um desenvolvido sistema científico e tecnológico orientado às empresas, e o reconhecimento e valorização internacional de que goza a etiqueta Made in Portugal”.

A puxar para trás, o guião aponta para o “individualismo, desconfiança e resistência à cooperação”que ainda resiste em algumas organizações. O dirigente da ATP sublinha também as “políticas públicas pouco amigas, legislação laboral pouco flexível, risco de reversão nas reformas, e a instabilidade do sistema fiscal”. É também necessário olhar para o desenvolvimento da economia digital, aponta o guião traçado pela ATP.

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