08 janeiro 19
Comércio

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Ruas comerciais de Espanha perdem importância no negócio da moda

As ruas comerciais de Barcelona, Madrid, Valência, Sevilha e Bilbao perderam entre 0,5% e 4% do tráfego pedestre entre junho e novembro, segundo dados do TC Group, dando corpo à perceção generalizada de que o comércio em Espanha está a passar por uma fase negativa.

Para o jornal ‘modaes.es’, os dados do comércio até novembro são desanimadores. Em novembro, as vendas no comércio da moda em Espanha recuperaram quase 4% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados provisórios da Associação Empresarial do Têxtil, Acessórios e Couro (Acotex), mas esta alta registrada no décimo primeiro mês do ano veio apenas atenuar ligeiramente a queda na evolução anual, que revela uma quebra acumulada de 2%.

As grandes operadoras de Espanha preparam-se para esse cenário há meses, refere a publicação: Inditex, H&M, C&A ou Mango estão há pelo menos dois anos a reorganizar as suas redes comerciais – optando pelo fecho de estabelecimentos não rentáveis e concentrando a distribuição em menos lojas, mas maiores e melhor localizadas.

A esta realidade está associado o aumento das compras efetuadas pelos canais online – o que tem também motivado uma aposta das operadoras nesse sentido, dotando-as de instrumentos de agilização, nomeadamente no que tem a ver com a logística.

As rendas comerciais dão nota destas alterações. Um exemplo paradigmático: a Portal de l’Àngel, a rua comercial mais cara de Espanha em termos de comércio, manteve os preços em 2018 em relação ao ano anterior, colocando a renda média em 3.360 euros por metro quadrado por ano. Em 2017, o aumento foi de 1,8%.

No caso dos shopping centers, o cenário é idêntico: em outubro e novembro, o tráfego aumentou 3,4% e 2,4%, impulsionado pela chegada tardia do frio e pela Black Friday, mas em julho e julho, o fluxo registou decréscimos de 3,5% e 2,3%, e em setembro de 1,7%, segundo dados do National Shoppertrak Index. O acumulado dos onze primeiros meses do ano é negativo em 0,2%.

Na direção oposta, o único canal que continua a ganhar adeptos é o online, onde a moda lidera o ranking espanhol dos setores com maior número de compradores. Em 2017, 50,5% das pessoas que compraram on-line adquiriram um item de moda, de acordo com os dados mais recentes, gastando mais de 2,7 mil milhões de euros (mais 46% que no ano anterior).

Há algumas semanas, um estudo idêntico efetuado nas ruas comerciais mais dinâmicas dos Estados Unidos chegava exatamente à mesma conclusão: há cada vez menos apetência do mercado para as compras nas lojas físicas, sejam elas de rua ou estando instaladas em shoppings.

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