20 março 19
Exportações

T

‘Made in Europe’ pode ser a chave para exportar para os EUA

Washington e Bruxelas iniciaram novos contatos para voltarem às negociações sobre comércio livre ainda este ano, apesar da oposição do Parlamento Europeu, e o setor têxtil está mais uma vez no centro do debate, com a associação Euratex a intervir na matéria

Como sucedeu em rondas anteriores, principal obstáculo a um acordo de livre comércio no setor têxtil é a harmonização dos regulamentos entre ambas as partes. A legislação sobre importações dos Estados Unidos é atualmente muito mais exigente e complexa do que a legislação europeia.

Os especialistas afirmam que as diferenças entre Washington e Bruxelas relativamente certos setores estratégicos, como o automóvel ou a alimentação, colocam grandes dificuldades a um acordo futuro.

Apesar disso, a indústria têxtil europeia – cujos interesses estão concentrados na Euratex – está em campo para tentar resolver os problemas. No caso dos têxteis, vestuário e calçado, as regras de origem preferenciais para a obtenção de benefícios tarifários são diferentes entre os Estados Unidos e a União Europeia.

O governo norte-americano exige uma tripla transformação: as empresas de um país que tenha um acordo de livre comércio com os Estados Unidos só beneficiarão da tarifa zero desde que os três últimos processos industriais significativos tenham sido realizados no território que usufrui desse benefício.

Assim, no caso da moda, as empresas europeias que quiserem exportar para os Estados Unidos sob tarifa zero devem demonstrar que a fiação, a tecelagem e a confeção foram realizadas na União Europeia. Daí a insistência da Euratex na criação de uma marca ‘made in Europe’ – numa iniciativa que está neste momento a decorrer, nomeadamente em Portugal, através da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). E esta pode ser uma das vias de as duas partes atingirem um entendimento que abra as portas às exportações para os Estados Unidos.

Partilhar