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O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, alertou esta segunda-feira à noite, no âmbito do iTechStyle Summit, os diferentes parceiros do sector têxtil para o lançamento recente do Programa Interface que visa apoiar a inovação tecnológica.
O responsável governamental, que falava na gala da entrega de prémios InovaTêxtil 2017 (apurados nas duas feiras do Modtissimo de Fevereiro e Setembro de 2016), explicou que este novo programa, que conta com fundos comunitários, “vai buscar apoio aos centros tecnológicos para desenvolver áreas como o design, a investigação, a certificação das empresas e a ligação entre clientes e criadores”.
Um dos centros tecnológicos que dará apoio a este novo programa comunitário é precisamente o Citeve que, juntamente com a Associação Selectiva Moda, organiza o iTechStyle Summit que começou esta segunda-feira e termina hoje, no Terminal de Cruzeiros de Leixões, e que conta com a presença de cerca de 600 agentes nacionais e internacionais das diferentes áreas do setor têxtil e do vestuário.
“O nosso objectivo (com o Interface) é a valorização dos produtos”, explicou Caldeira Cabral que não deixou de elogiar o desempenho nas exportações da área têxtil. “Portugal vive hoje um bom momento. O recorde de exportações do têxtil é um exemplo disso. Houve um aumento da produção acompanhado por um aumento de emprego”, frisou, sublinhando depois que “a recuperação de emprego é o melhor sinal de que há valor acrescentado”.
Para o ministro da Economia, “Portugal está a viver um bom momento em termos de crescimento e o têxtil destacou-se desde o início do ano (2016) nas exportações”. E, segundo Caldeira Cabral, essa é a prova de que “a nossa indústria está mais confiante, as empresas estão mais confiantes, os consumidores estão mais confiantes e a consumir mais”. Para isso, contribuiu “a pacificação política e social conseguida por este governo e também o Presidente da República que teve um contributo muito importante”.
Em jeito de desafio, Caldeira Cabral apelou às empresas “para investirem mais e criarem mais emprego”. E prometeu que o Governo “irá mobilizar mais fundos” para este sector atingir esse objectivo.
Não poupando nos elogios ao sector, o ministro da Economia manifestou o seu regozijo por “estar a crescer o emprego qualificado no têxtil”. Deu como exemplo aquilo que viu na semana passada nos stands portugueses presentes na Premiére Vision, em Paris. “Apreciei a qualidade das empresas portuguesas e a sua criatividade”. Um desempenho ainda mais valorizável depois das crises que o sector e o país atravessaram nos últimos anos. Elogiou também as empresas por “estarem a saber utilizar programas comunitários como o COMPETE para a sua expansão internacional e para a presença constante nas grandes feiras internacionais deste sector”.
A propósito do programa Indústria 4.0, Caldeira Cabral lançou mais um repto: “Quem souber aproveitar, pode com isso entrar em novos mercados e criar muito valor”. De resto, reconheceu, que este desafio já está a ser jogado e com ganhos “por algumas empresas portuguesas”.
Divulgados pelo T no Modtissimo de Setembro passado, os prémios InovaTêxtil entregues na gala desta segunda-feira à noite foram os seguintes: um casaco feito pela Sedacor em cortiça e algodão, em alternativa ao couro animal, foi o vencedor do prémio Produto do concurso Inovatêxtil.
O prémio para a categoria Tecidos foi atribuído à empresa LMA por um tecido para vestuário desportivo e tecno moda que é impermeável e de fácil limpeza.
Na categoria de Acessórios o prémio foi para a Heliotêxtil, de S. João da Madeira, pela utilização de circuitos electrónicos impressos em transfers têxteis. A utilização prática desta tecnologia permite, por exemplo, que alguém que esteja com luvas possa mexer num ecrã táctil ou receber os sinais vitais de uma pessoa com um equipamento desportivo que disponha dessa tecnologia.
Durante a gala de entrega dos prémios, Braz Costa, director geral do Citeve, anunciou a intenção de realizar no próximo ano a segunda edição do iTechStyle Summit.