19 junho 19
Exportações

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Brexit já dói há três anos, mas empresas estão preparadas

Os efeitos negativos do Brexit nas exportações têxteis já se fazem sentir há três anos mas as empresas portugueses estão preparadas para encaixar esse impacto – esta a principal conclusão da conferência subordinada ao tema “Brexit: oportunidades e desafios para o sector têxtil” que a ATP promoveu no Salão Nobre do CITEVE, em Vila Nova de Famalicão, em parceria com a AICEP, DGAE, AT e CIP.

A saída do Reino Unido da União Europeia, particularmente o seu penoso e atribulado processo de desvinculação em curso, com sucessivos adiamentos e que traz mais dúvidas que certezas, foi objeto de dissertação do embaixador João de Valera, que coordena o  dossier Brexit no MNE português.

Traçando alguns cenários de desfecho deste processo, que tanto pode passar por um novo referendo como por uma saída sem acordo, o Brexit produzirá necessariamente efeitos sobre o relacionamento que este sector tem com o Reino Unido, o quarto mercado de exportação, e que tem vindo, ao longo dos últimos três anos a ter uma quebra constante.

Esta intervenção foi secundada, numa análise mais fina, enquanto relações comerciais e do sector com o mercado inglês, pelo delegado da AICEP em Londres, Rui Boavista Marques, revelando que, embora Portugal tenha grande exposição ao Reino Unido, não será, contudo, dos países que mais penalizados.

Questões de natureza mais prática e procedimental, num quadro de saída do Reino Unido da União Europeia, foram desenvolvidas por Joaquim Ferreira, diretor da Alfândega de Braga (em representação da Autoridade Tributária) e por João Guerra, da DGAE do Ministério da Economia.

A conferência concluiu-se com um debate, moderado por Pedro Capucho (CIP), que teve como intervenientes a Miguel Pedrosa Rodrigues (Pedrosa & Rodrigues) , Patrícia Ferreira (Valerius) e Alice Rodrigues (DGAE do Ministério da Economia).

A mensagem central foi a plena consciência face à ameaça que representa o Brexit e que as empresas já estão a sentir, que estas se encontram preparadas com medidas de contingência, articuladas com os seus clientes, pelo que terão de se adaptar às novas circunstâncias e que o importante é a capacidade de encontrar oportunidades nas dificuldades que se colocam.

O mercado britânico é um dos mais importantes destinos das exportações do têxtil e vestuário português comprando mais de 420 milhões de euros anuais.

Até ao Brexit as exportações do sector estavam a crescer quase dois dígitos por ano e aproximavam-se dos 500 milhões de euros/ano.

Apesar do declínio verificado nos últimos anos e face à incerteza do processo de saída do Reino Unido da UE, as empresas do sector continuam a apostar nas suas feiras especializadas, tendo, em contraciclo, crescido substancialmente o interesse pelo mercado, procurando o seu potencial e oportunidades.

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