14 novembro 17
Têxteis técnicos

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Astronautas da NASA usam peúgas Fiorima

A Fiorima é das poucas empresas portuguesas que se podem gabar de ter produtos seus em órbita, uma vez que os astronautas da NASA usam peúgas concebidas, desenvolvidas e produzidas em Braga, pela empresa da família Rodrigues.

O caderno de encargos apresentado pela agência espacial norte-americana era longo e particularmente exigente nos requisitos. Além de propriedades anti-estáticas e anti-inflamatórias, as meias tinham de ser resistentes à temperatura, não permitirem o desenvolvimento de qualquer tipo de fungos e possuírem zonas ventiladas.

Para proteger os pés dos astronautas do ponto de vista mecânico, a Fiorima teve ainda de estudar aprofundadamente a tipologia da bota, em particular as suas zonas de compressão, por forma a criar almofadas de protecção nos pontos de atrito.

Fundada em 1985 por Manuel Machado Rodrigues, a Fiorima dedica-se à concepção, desenvolvimento, produção e comercialização de meias de malhas, fabricando quatro milhões de pares de peúgas/ano na sua fábrica em Frossos, Braga.

Empregando 84 pessoas, oferece uma gama de cinco mil diferentes produtos e tem um volume de negócios de sete milhões de euros, feito a 99,5% nos mercados externos, fundamentalmente Europa, Canadá e Estados Unidos.

Com as certificações SA 8000, ISOP 9001, ISO 14001 e OHSA 18001, a Fiorima aposta seriamente na inovação, tendo já duas patentes registadas – as intelligent socks  e as gaiter socks.

As inteligent socks integram sensores que recolhem e comunicam, em tempo real, informações como o peso, temperatura do corpo, frequência cardíaca, localização geográfica, calorias que queimou, velocidade média, distância percorrida, etc.

As gaiter socks são umas meias polaina que evitam a entrada de lama, água, areia, folhas ou outros pequenos objectos para o interior das sapatilhas.

“A inovação só existe quando se amplia a fronteira do conhecimento – e essa é a nossa constante preocupação”, explica Paulo Rodrigues, 54 anos, um engenheiro têxtil que sabe do que fala quando se refere à ampliação da fronteira do conhecimento, pois tem uma pós graduação em Gestão de Unidade de Saúde, um doutoramento em Engenharia para a Saude – e está a fazer o curso de Biomédicas na Universidade do Minho.

“Não entramos no mercado low cost. Isso não é para a Fiorima. Com as certificações que temos e os produtos diferenciados e técnicos que desenvolvemos, conseguimos seleccionar os nossos clientes”, conclui Paulo, que há dez anos é o diretor industrial da Fiorima, após 18 anos na Orfama.

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