Ana Rodrigues
Um grupo de ONGs e de cientistas realizaram uma investigação e redigiram um documento entregue à União Europeia para que o combate aos microplásticos seja incluído no Plano de Ação para a Economia Circular. O documento pede que o bloco exija que as máquinas de lavar incorporem um sistema de filtragem.
A Plastic Planet, Eco-Age, Matter, PlanetCare e 5 Gyres Institute e várias ONGs da indústria, como a Fashion Revolution, Good on You e Plastic Soup Foundation, assinam o documento, que apela a uma mais ampla mudança na indústria têxtil.
Ainda que não exista uma solução de curto prazo para erradicar os microplásticos, o documento indica que os reguladores da União podem causar um impacto significativo em escala com o sistema de filtragem das máquinas lavar. Um modelo que incorpora este sistema já foi aprovado em França.
A indústria da moda é uma das maiores contribuintes para a poluição por microplásticos dos oceanos e hidrovias do mundo e, de acordo com um estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza, lavar apenas uma roupa sintética pode libertar até 1.900 microfibras na água. Só na União, 35 toneladas de microfibras têxteis são lançadas para o ambiente diariamente.
Atualmente, os têxteis sintéticos são considerados a fonte mais prevalente de microplásticos em cursos de água e solos e, com base nas tendências atuais, a quantidade de microfibras sintéticas no oceano entre 2015 e 2025 pode acumular um excesso de 22 milhões de toneladas. Nesse sentido, o documento recomenda que as empresas reduzam a produção de têxteis sintéticos e adotem uma produção mais sustentável e circular.
A 17 de maio é esperado que a Comissão Europeia publique uma iniciativa para combater a poluição por microplásticos.