26 janeiro 23
Feiras

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Somelos: “Há muita gente, mas estamos longe dos golden days”

“Estamos a trabalhar bem mas não entro em euforias, não sei o que vai acontecer daqui para a frente”. Gabriela Melo sabe que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém e com os muitos anos que leva já de feiras não se deixa iludir com o ambiente e entusiasmo que vê na Munich Fabric Start.

“Trabalhamos muito bem nestes dois primeiros dias, com o stand cheio, mas temos que ser cautelosos com o que vai ser o futuro, como se vai portar o ano”, previne a Diretora de Criação e Design da Somelos. E apesar do movimento e ambiente de animação destas feiras de início do ano, prefere pôr um pouco de água na fervura.

“Não é pessimismo, mas quem anda nisto há muito tempo percebe perfeitamente que o movimento não é o de antigamente, há muito menos gente do que antes, não é para lançar foguetes. Há muita gente, mas estamos longe dos golden days”. Mesmo assim, reconhece que o ambiente é de retoma e que há um dado novo que pode ser muito importante, especialmente para o têxtil português.

“Há uma procura muito grande por aquilo que é feito na Europa, nota-se que não querem nada que esteja relacionado com a China. Perguntam sempre se fabricamos, nota-se o foco na produção europeia”, constata, reportando o interesse que tem suscitado a coleção S24 que a Somelos levou até Munique. “Oferecemos design e sustentabilidade, muitos orgânicos, que é o que as pessoas procuram. Fazemos por ano duas coleções o que atrai sempre os clientes, têm sempre novidades”.

Quanto à feira, sugere que é uma boa altura para se pensar se não deveria concentrar-se apenas em dois dias. “Ao preço que as coisas atingiram com estadias, refeições e viagens, três dias parece já um custo exagerado. Temos todos que pensar nisso, hoje é preciso racionalizar, e, se calhar, é preferível termos dois dias bons que três razoáveis”, sugere.

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