07 maio 24
Comércio

Bebiana Rocha

Maersk estima redução na capacidade da indústria de contentores

As perturbações no transporte de contentores através do Mar Vermelho estão a aumentar. Ao desviar o tráfego do Canal de Suez, a Maersk estimou que a capacidade da indústria de contentores entre a Ásia e o Norte da Europa e o Mediterrâneo reduza entre 15% a 20% no segundo trimestre.

A notícia foi avançada pela agência Reuters que indica ainda que os custos de combustíveis da Maersk nas rotas afetadas entre a Ásia e a Europa são agora 40% mais elevadas por viagem. “A zona de risco expandiu-se e os ataques estão a chegar mais longe da costa”, o que obriga os navios a prolongarem ainda mais a viagem, prolongando o tempo e criando custos adicionais para transportar a carga até ao destino.

Em alternativa a empresa tem desviado os navios em torno do Cabo da Boa Esperança, em África, desde dezembro. Segundo as previsões da Maersk, as interrupções devem manter-se pelo menos até ao final deste ano.

As empresas têxteis portuguesas estão a ser impactadas nas trocas comerciais pelos conflitos no Médio Oriente. Entre elas a Lipaco: “Este conflito afeta-nos quer nos atrasos que acabamos por ter na chegada das matérias-primas (com atrasos significativos) com origem na Ásia, pois as rotas atuais dos navios são significativamente mais longas, quer também nos custos dos mesmo”, diz Jorge Pereira, CEO, ao T Jornal. “Tivemos no imediato de recorrer a outras origens, por vezes mais próximas, para colmatar os atrasos e repensar a compra de matérias-primas também noutras origens que não usem as mesmas rotas”, fecha.

Paulo Melo, CEO da Somelos, salienta que “a partir de 7 de outubro de 2023 a incerteza que já existia no mercado internacional acentuou-se, o que originou que as principais marcas mundiais diminuíssem as quantidades normalmente encomendadas, o que acentua ainda mais o desafio comercial”.

Em termos de transportes, o administrador garante que ainda não foram afetados, apontando como uma das razões a origem das matérias primas. “As nossas principais matérias-primas são de origem europeia, e as nossas principais exportações para essa parte do mundo vão por via aérea”, explica ao T Jornal.

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