01 Setembro 21
Feiras

Cláudia Azevedo Lopes

Retorno à normalidade encanta expositores lusos em Munique

Uma Munich Fabric Start a decorrer num ambiente de perfeita normalidade foi o que os expositores portugueses encontraram no primeiro dia do certame. Um ambiente  positivo e prometedor, que deixou a comitiva têxtil nacional a respirar de alívio e pronta para os bons negócios que se avizinham.

Com muitos compradores e um stand preenchido durante a maior parte do dia, para Gabriela Melo, Diretora de Criação e Design da Somelos Tecidos, este primeiro dia de feira mostrou-se prometedor. “Foi muito preenchido, com muitos compradores, tudo dentro do que para nós é o normal nesta feira, e isso é muito bom. Tivemos até a visita de clientes novos”, conta. Embora ainda predominem os compradores já fidelizados, oriundos, em maior número, da Alemanha, França e Áustria, mas também da Holanda, Dinamarca, República Checa e Estónia, a representante da Somelos conclui: “O lema desta feira é Rise mas para mim deveria ser Restart, pois isto é mesmo um recomeço para todos nós”.

Independentemente da nacionalidade, Gabriela Melo revela que sente da parte de todos um grande desejo de regressar às feiras físicas e um alívio por parte dos clientes por finalmente poderem ver as coleções presencialmente. “Chegámos a criar uma plataforma para os nossos clientes mas o que eles querem é o contacto físico. Tanto que mesmo durante a pandemia, tínhamos clientes que iam de propósito visitar-nos a Portugal”, confessa a Diretora, que vê na qualidade da produção e na proximidade os atrativos da têxtil portuguesa.

“Na minha opinião, a indústria portuguesa não só é muito boa como é a melhor a nível Europeu. Portugal deve estar orgulhoso de ser reconhecido mundialmente. É fácil trabalhar cá, temos tudo ao dispor e ainda a proximidade e o apoio que isso garante”, completa.

Nuno Lemos, Co-Owner da SanMartin, também esteve de mãos ocupadas durante todo o primeiro dia de feira, a atender não só clientes habituais mas também outros que foram fidelizando através dos contatos à distância.

“Correu bem ontem e estamos com muitas expectativas, para hoje, pois o segundo dia de feira é por norma o que corre melhor”, diz, confiante na nova linha de estampados que está a apresentar, desenvolvida durante a pandemia para combater a quebra na venda de tecidos para cerimónia – o seu core business – como também uma nova coleção sustentável. “Apostamos nos chiffons e nos cetins sustentáveis e na linha de alta-costura e de noiva introduzimos rendas e macramé em algodão”, revela, acrescentando que sentiu da parte dos clientes uma grande vontade de ver produtos novos.

Após um primeiro dia bastante positivo, também a Modelmalhas está a apostar todas as fichas neste segundo dia de feira, e quer deslumbrar com a sua nova coleção, intitulada Minho, que vai buscar inspiração à tradição e paisagem minhota. Os moinhos da Apúlia e o artesanato em barro são alguns dos elementos que dão vida a esta coleção, cerca de 100 propostas que se dividem em quatro linhas – Premium, Essential, Advance (malhas técnicas) e Fancy (mais em sintonia com as tendências do momento) – e que são passíveis de ser totalmente personalizadas pelo cliente.

“As cores podem ser personalizadas, pode-se alterar a dimensão das riscas, os quadriculados, nos jacquards podemos alterar os padrões… E também têm características sustentáveis,temos malhas tingidas com resíduos de chá, lyocell reciclado, fibras com carbono e com propriedades anti-bacterianas, por exemplo”, revela o John Gomes, do departamento de vendas da empresa.

A participação das empresas PME portuguesas na Munich Fabric Start é uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda. O projeto From Portugal é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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