07 Fevereiro 22
Feiras

Cláudia Azevedo Lopes

Qualidade dos têxteis-lar portugueses seduziu Madrid

Foram essencialmente os tecidos nobres e a extrema qualidade da produção que ao longo de cinco dias conquistaram os clientes em mais uma edição da Intergift, a feira de decoração e têxteis-lar madrilena que decorreu até domingo. Rio Sul, Amalia Home Collection, Têxteis Iris e Dilina Têxteis foram as empresas que marcaram presença no certame.

Com uma participação que, segundo Gabriel Ribeiro, diretor comercial, “foi muito acima das expectativas”, a Amalia Home Collection, uma marca com sete anos de história e que pertence à empresa ACL, teve sempre o stand cheio, em grande parte devido à estrutura comercial que a empresa foi estabelecendo no mercado espanhol ao longo do tempo. “Temos uma rede de agentes já estabelecida e são eles que nos estão a trazer alguns clientes. Os restantes são interessados aqui da feira mesmo”, revela. Clientes maioritariamente espanhóis, divididos entre proprietários de lojas, decoradores de interiores e hotelaria, e que encontram na coleção da Amalia algo que no mercado espanhol é simplesmente inexistente.

“Nós apostamos nos tecidos de qualidade e de luxo, que são gamas muito superiores àquelas que existem no mercado espanhol. Por exemplo, na roupa de cama eles usam um percal de 200 fios e nós estamos a apresentar algodão egípcio cetim de 800 fios. É incomparável ao nível do toque, da qualidade”, explica o diretor comercial da empresa, que mesmo durante os dois anos iniciais da pandemia continuou sempre a crescer.

“Estamos presentes em 24 mercados e isso ajudou ao nosso crescimento”, explica, acrescentando que 90% da produção é destinada à exportação: Estados Unidos da América, com 40%, a Rússia e os Emirados Árabes Unidos, com 10% cada um, e o Reino Unido e a Espanha, aos quais cabe 5% cada, são os principais destinos, a que se juntam ainda, embora que residualmente, a China e o México.

Também satisfeita com a participação estava Joana Correia, Manager da Rio Sul, que considera esta participação da Intergift como uma aposta mais que ganha. “A afluência foi mais do que a que estávamos a contar e para além disso, é essencial estar presente e apresentar coisas novas, coisas frescas, porque é isso que dá confiança aos clientes. É mostrar que se está vivo”, considera Joana Correia, que foi visitada essencialmente por clientes espanhóis mas também por muitos franceses, “mais do que o normal, provavelmente porque a Maison et Objet foi adiada”, conclui. No entanto, é mesmo em Espanha que reside o interesse da Rio Sul, tendo em conta que 50% da faturação global da empresa é conseguida no mercado espanhol.

Portugal, Itália, Europa e o Senegal, onde está presente em algumas cadeias de lojas, são os outros destinos da Rio Sul, que em 2021 conseguiu fazer crescer a sua faturação. “Em 2020 parou tudo, foi o ano da estagnação, mas não podíamos deixar que 2021 fosse pelo mesmo caminho. Havia a necessidade de continuar a vida e então começamos a fazer videochamadas com os clientes, a apostar em catálogos com mais detalhes e a convidar os clientes a visitar o nosso showroom fisicamente”, revela.

Com uma forte aposta nos linhos tingidos e enrugados, a Dilina Têxteis também saiu da Intergift com bons contactos e com a certeza de que, após sete anos de participações, vale sempre a pena voltar. “Em 2021 conseguimos duplicar a faturação de 2020 devido a um cliente de um hotel muito grande que nos fez uma grande encomenda e agora em 2022, em janeiro, já voltaram a apostar em nós para outro hotel que vão abrir. Estamos no bom caminho”, afirma António Dinis, CEO da Dilina Têxteis.

A participação das empresas portuguesas PME na Intergift é uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda. O projeto “From Portugal” é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização e de Lisboa 2020 – Programa Operacional Regional de Lisboa, tendo um montante de apoio elegível de 6.648.794,78 €, dos quais 3.735.305,80 € são provenientes da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Partilhar