25 agosto 21
Indústria

T

Portugal em 5º lugar na produção dos gigantes da moda

Os gigantes da moda reduziram a sua dependência da China enquanto centro de abastecimento da produção na sequência da pandemia de Covid-19, e Portugal parece ser um dos países alternativos que está a ganhar com as alterações induzidas pela crise sanitária: segundo dados constantes dos balanços, as empresas portuguesas fecham o Top 5 dos mercados de produção, logo a seguir à China (que apesar de tudo ainda se mantém em primeiro), Turquia, Bangladesh e Índia.

A mudança de azimutes deu-se depois de as grandes empresas terem concluído que o sourcing associado aos negócios (custo total no processo de aquisição de produtos ou serviços) foi alterado pelas condições da pandemia e deixado de ser vantajoso.

Os quatro maiores produtores de moda do mundo (Inditex, H&M, Fast Retailing e Gap) agregam agora, segundo dados coligidos pelo jornal espanhol Modaes, uma exposição (em número de fábricas contratadas) ao mercado chinês de 18,79% (para 11.301 fábricas), quando há um ano essa percentagem era de um pouco mais de 26%.

Mas, apesar da redução da concentração na China, o país continua a posicionar-se como o maior polo de produção daquelas quatro empresas. O segundo maior centro de produção da Inditex, H&M, Fast Retailing e Gap é agora a Turquia (9,64% do total), que se posiciona assim como um dos principais concorrentes da produção europeia, uma vez que acaba por ser também um centro de proximidade – que por outro lado não está sujeito a algumas das regras inibidoras dos seus vizinhos da União Europeia.

O Bangladesh posiciona-se como o terceiro maior polo de abastecimento (7,74%), seguido pela Índia (6,13%). As cinco primeiras são fechadas por Portugal (6,05% do total). O agregado dos dez principais polos de abastecimento em número de fábricas (em volume as posições não seriam certamente as mesmas) é completado com o Vietname, Marrocos, Cambodja, Indonésia e Itália.

Constata-se assim que a indústria da moda global tem reordenado o seu abastecimento, apostando agora, mais uma vez, na proximidade, na tentativa de reduzir riscos devido à grande dependência do setor chinês e ganhar agilidade e diminuir tempo na tomada de decisões.

A Inditex, líder do setor em volume de negócios, tem na China (16,55%), Turquia (10,61%), Portugal (7,11%), Marrocos 3,84%) e Bangladesh (2,73%) os cinco países onde concentra maior número de fábricas, para dados do ano fiscal de 2020, encerrado em janeiro de 2021.

A H&M, tem seu maior polo fabril do mundo no Bangladesh (32,54%), seguido pela China (23,01%), Índia (9,53%), Turquia (9,25%) e Itália (4,46%), segundo dados de junho de 2021.

A japonesa Fast Retailing também tem o seu maior fornecedor na China (50%) , seguindo-se o Vietname (15,62%), Bangladesh (6,91%), Cambodja (4,8%) e Indonésia (4,8%), para dados de março deste ano.

A norte-americana Gap concentra a maioria das suas compras no Vietname (22,7%), seguindo-se a China (20%), Índia, Indonésia e Cambodja, para dados também de março deste ano.

Partilhar