05 setembro 22
Indústria

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Paulo de Oliveira, símbolo e exemplo da resiliência têxtil

Muito mais que um industrial empreendedor, carismático, competitivo e que criou um grupo de referência internacional, Paulo de Oliveira foi o exemplo vivo da capacidade de reinvenção e de resiliência do sector têxtil. A fábrica era a vida dele.

É num In Memoriam na edição deste domingo, dia 4 de setembro, do jornal Público que aqueles que lhe foram mais próximos destacam a qualidade e exemplo de iniciativa industrial de Paulo Nina de Oliveira, o fundador do grupo têxtil da Covilhã que hoje junta as empresas Paulo de Oliveira, Penteadora e Tessimax.

“Tinha uma inteligência incomum, antes de comprar uma máquina estudava-a a fundo”, descreve o Presidente da ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, José Robalo, enquanto o presidente da Riopele, José Alexandre de Oliveira, recorda “alguém que criou um líder industrial, um grupo de referência internacional numa região que muitos diriam improvável. Mas ele conseguiu-o”.

Paulo Augusto de Oliveira, aquele que dos quatro filhos lidera hoje o grupo têxtil familiar, aponta-lhe o exemplo e o carisma. “A fábrica era a vida dele, o nosso pai era feliz a trabalhar”. Fortemente empenhado no progresso do sector e da região, foi o primeiro presidente da ANIL, fundou o centro de formação da indústria dos lanifícios, dirigiu o grémio dos industriais e foi nas suas empresas que encontraram colocação os primeiros formados pelo Politécnico da Covilhã, que esteve na origem da Universidade da Beira Interior, que, em 2014, lhe atribuiu o grau de doutor honoris causa.

Foi ainda agraciado pelo Presidente Mário Soares com a comenda da Ordem de Mérito Agrícola, Comercial e Industrial, mas fica sobretudo a imagem de um líder e empreendedor têxtil que é símbolo da capacidade de resiliência e superação dos desafios do sector, como refere José Alexandre Oliveira.

“Nos anos 80, o têxtil era para acabar; nos anos 90, era para deslocalizar; nos anos 2000 já pouco acreditavam na sobrevivência devido à abertura à Ásia do comércio mundial. A nossa resiliência, a resiliência de Paulo de Oliveira mostra que todos se enganaram”, conclui o homem com quem muito diz ter aprendido.

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