25 Março 22
Sustentabilidade

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Novos desafios impactam as mega-tendências do sector têxtil

A aposta na sustentabilidade e na digitalização, mas também os entraves cada vez menos conjunturais e mais estruturais ao desenvolvimento da indústria têxtil e da moda, marcaram o debate do arranque, esta manhã, da 4ª edição do iTechStyle Summit que até sexta-feira reunirá no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos, alguns dos mais relevantes quadros da indústria nacional e internacional. Os desafios já vêm de trás, mas há um mundo inesperadamente desconhecido à sua frente.

As mega-tendências globais foram o tema eleito para abrir o programa que pretende analisar os atuais desafios do sector. “Estamos a viver um momento único no sector da ITV na Europa, onde Portugal se assume como um importante player”, afirmou António Braz Costa, diretor-geral do CITEVE e moderador do painel ‘Os próximos passos’. Este primeiro painel juntou os especialistas Lisa Lang (The power House Group), António Cunha (presidente da CCDR-n), Adriana Domingues (Adolfo Dominguez), Tobias Grober (Messe Munchen) e Thomas Gries (ITA, RWTH Aachen).

Atentos ao contexto político-económico que se vive atualmente na Europa, foi de forma unânime que todos consideram que o sector têxtil europeu vive momentos únicos e inesperados. “A transição digital mas também a fundamental transição energética ou ambiental que vivemos faz deste momento uma grande revolução onde as possibilidades, nomeadamente ao nível dos materiais, são ilimitadas”, considerou António Cunha.

E advertiu: tendo passado a energia para o capítulo das questões de soberania, isso “representa uma mudança de posicionamento e uma transformação no conceito de globalização tal como o conhecíamos”.

Por outro lado, para além da transição ambiental e sustentabilidade, considerada “a mega-tendência absoluta e a mais importante” por Tobias Grober, executive diretor business da Messe Munchen, também a mobilidade, a urbanização e a personalização são consideradas grandes tendências do sector têxtil europeu.

“Assiatimos a uma profunda mudança de comportamentos e de hábitos que precisamos de acompanhar. O desporto passa a assumir um papel central como modo de vida (eu), na sociedade (nós), e também numa prestativa mais comunitária e de conexão com a natureza (mundo)”, afirmou.

Já Adriana Dominguez, CEO da Adolfo Dominguez, destacou a importância da personalização dos produtos através da apresentação de um novo projeto da marca espanhola: o ADN project, que propõe um apoio personalizado e exclusivo no processo de compra.

A colaboração e o seu papel na capacidade de inovação de todo o tecido têxtil foi também uma outras das mega tendências referidas, nomeadamente nas apresentações de Lisa Lang (The power House Group) e Thomas Gries (ITA, RWTH Aachen).

Ainda antes deste primeiro painel, António Amorim, presidente do CITEVE. abriu a sessão com uma mensagem de otimismo: “o sector já passou por várias crises como a da qualidade, depois do serviço. Hoje, o desafio é a digitalização e a sustentabilidade mas sabemos que vamos vencer. Os nossos empresários e os seus colaboradores têm o mérito de saber vencer”, rematou.

Esta edição do iTechStyle Summit, organizada pelo CITEVE com a colaboração da Associação Selectiva Moda e que marca o regresso ao modelo presencial, está orientado para as áreas da Decarbonização; Novos modelos de negócio; Dupla transição: verde e digital; Revolução nos materiais; e as novas Skills para a Indústria. Para acompanhar o programa, que decorre até sexta-feira, clique aqui.

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