22 setembro 22
Indústria

Ana Rodrigues

Myanmar com 14% das exportações anuais em risco

Com benefícios nas tarifas com o Ocidente, grande capacidade produtiva e salário inferior a alguns dos seus vizinhos, a antiga Birmânia, agora Myanmar, tinha tudo para se tornar o próximo grande polo de abastecimento da moda, mas o golpe de Estado de fevereiro de 2021 deixou 14% das suas exportações anuais em risco.

A Ethical Trade Iniative (ETI) – entidade que fiscaliza a transparência e o código de ética das empresas e associações sem fins lucrativos do país – revela que a saída de compradores europeus de Myanmar levou à redução de salários e à perda de quase 320 mil postos de trabalho. O golpe de Estado não só causou a saída de grandes operadores de moda, como interrompeu os investimentos na indústria têxtil.

A Primark foi a empresa internacional do sector que mais recentemente deixou de se abastecer em Myanmar, alegadamente por não existirem garantias face às normas de segurança dos seus trabalhadores. O grupo irlandês chegou a atuar em 21 fábricas do país e optou por se retirar depois do relatório da ETI ter detectado violações dos direitos humanos em várias fábricas.

H&M, Inditex, VF (Vans e The North Face) e Adidas são outros grandes grupos de distribuição de moda que operam com fábricas em Myanmar, embora estas não representem um grande peso na sua rede de abastecimento.

Partilhar