24 Julho 20
Indústria

António Moreira Gonçalves

Lipaco renova equipamentos e acelera na retoma

“Em tempos difíceis temos de nos reinventar e reestruturar”, é com esta filosofia que Jorge Pereira, CEO da Lipaco, explica o processo de renovação que se vive na empresa. A fabricante de linhas para confecção aproveitou o abrandamento da produção para ultimar a instalação de novos equipamentos, num investimento em várias àreas que ronda os 1,8 milhões de euros. Depois de ter sentido uma quebra na ordem dos 25%, já está de novo a trabalhar na sua capacidade total.

Os sectores da tinturaria e acabamentos foram o centro desta renovação, que se viu acelerada durante a pandemia. “Já vínhamos a fazer investimentos e estávamos a chegar a uma fase em que estavam praticamente prontos, aproveitamos este abrandamento para fazer a reorganização”, explica o administrador da empresa, que para além de novas máquinas, está também a investir na atualização das infraestruturas: “Estamos a ficar com uma casa nova, diferente”, resume.

Com a atualização dos processos de produção e desenvolvimento – em que se destaca também uma aposta nos laboratórios – a empresa quer abrir o catálogo a novos produtos e áreas de negócio. “As máquinas novas vão-nos permitir ter outra capacidade de resposta, quer em rapidez, como em qualidade e variedade”, adianta o administrador da empresa, que ao longo dos últimos anos tem apostado em fibras inovadoras, como fios reflectores feitos a partir do vidro. “Ao longo dos últimos seis anos temos estado continuamente a investir, neste momento estamos a concluir um projecto na ordem dos 1,8 milhões de euros”, explica Jorge Pereira. Do processo de reorganização da Lipaco, fazem parte também dois ciclos de contratações, com as primeiras cinco vagas já anunciadas.

Tudo está a acontecer numa altura em que a Lipaco sente já um certo regresso à normalidade. “Nunca paramos, mas sentimos os efeitos da pandemia como todas as outras empresas. No nosso caso foi uma quebra entre os 25 e os 30%”, aponta o líder da empresa, que apesar do impacto, apenas passou por uma fase de lay-off parcial, com alguns dos colaboradores da área administrativa em casa, enquanto a produção se manteve operacional, quase sempre a trabalhar a três turnos.

Neste momento, essa fase parece já pertencer ao passado, com a empresa de novo a produzir a 100%. “Estamos completamente lotados, se as máquinas já estivessem operacionais, produzíamos ainda mais”, afirma o gestor, que apesar do bom momento, prefere não embarcar em otimismos exagerados: “pode ser um pico, antes das férias é normal haver mais encomendas. Na exportação estamos a trabalhar como antes e no mercado interno já se nota muitas movimentação, mas o mercado é muito incerto, ninguém se pode dar ao luxo de fazer previsões”, defende.

Partilhar