Ana Rodrigues
“Temos de rever a política fiscal. Portugal tem mais de 4.300 taxas e impostos”, afirmou Luís Miguel Ribeiro, líder da Associação Empresarial de Portugal (AEP). “A política fiscal penaliza as empresas maiores (…) e penaliza fortemente as remunerações de quem tem a ambição de ganhar mais, trabalhar mais”.
Nesse sentido, é clara a necessidade de um alívio fiscal, “é necessário rever toda a política fiscal que penaliza as empresas que querem crescer e as de maior dimensão – isso não estimula o crescimento das empresas e penaliza a remuneração dos trabalhadores”, explica, em entrevista conjunta ao jornal Dinheiro Vivo e à rádio TSF. Acrescentando ainda que Portugal está classificado em último lugar no ranking da complexidade fiscal: “em média, as empresas gastam mais de 243 horas a preencher declarações fiscais”.
O período atual é de transição para a digitalização e descarbonização e é necessário existir também um esforço do sector público. Há necessidade de existir um esforço partilhado, pois “temos hoje mais recursos do que algum dia tivemos com os apoios comunitários, mas se analisar este volume de fundos comunitários e o investimento público, vê que este, na última década, caiu para metade”, refere.
Num país em que “quem tem ambição no país é penalizado”, o líder da AEP reforça a que a receita fiscal deve ser partilhada para potenciar o crescimento, isto é, “se a inflação está a gerar mais receita fiscal, isso deve ser partilhado com quem paga”.