27 Fevereiro 20
Malhas

Cláudia Azevedo Lopes

João Pereira Guimarães está viva e de boa saúde

“Regressamos ao MODtissimo para mostrar que ainda estamos vivos e para darmos a conhecer novamente a marca”, explica a administradora da João Pereira Guimarães lda, Carolina Guimarães, 25 anos, que há cerca de ano e meio assumiu as rédeas da empresa fundada pelo avô e está a efetuar uma verdadeira revolução.

Fundada em 1956 e especializada na produção de malha ketten em fibras artificiais, a empresa tem nas malhas de rede, com variados diâmetros, a sua especialidade, mas está agora a direcionar-se também para os têxteis técnicos. Para futuro, os têxteis funcionais e o athleisure estão no horizonte da empresa.

“O meu objetivo foi dar um toque de modernidade à empresa, mas sem nunca perder os traços que a caracterizam. Ou seja, fazer uma conjugação entre o antigo e o novo”, revela Carolina Guimarães, que acabou de concluir uma pós graduação em Gestão na Porto Business School e mal pôs as mãos no leme da empresa percebeu que estava na altura de arrumar a casa.

Passaram do analógico para o digital, o que incluiu a criação de um site, venderam peças paradas, organizaram inventário e foram pescar ao arquivo, reavivando modelos que foram um sucesso no passado e que agora têm renovada procura. Um processo de transição onde a empresária contou com o apoio incondicional do pai, João Peres Guimarães, que para além trabalhar como conselheiro a tempo inteiro, a ajuda em termos técnicos.

“Esse trabalho resultou em novos catálogos e novas coleções, que incluem algumas novidades. Estamos a apostar mais nos fios técnicos, como é o caso das malhas feitas com fio de poliéster, que têm o mesmo toque do algodão mas que são anti-odor, secam mais depressa, não encorrilham e são mais respiráveis”, revela a administradora. “Temos também malhas pensadas para a estamparia, malhas para coletes de proteção com as cores e luminescência adequadas, e velcro adequado para ser colocado, por exemplo, nas lixas descartáveis das ferramentas de construção”, completa.

O regresso mais do que bem sucedido à mais antiga feira têxtil da Península Ibérica é apenas mais um passo dessa estratégia de modernização, e cujo sucesso se deve em parte a um manequim colocado à entrada do stand com um letreiro que convidava os visitantes a sentirem com as próprias mãos as malhas apresentadas.

Espanhóis, italianos e russos foram as nacionalidades que mais passaram pelo stand da empresa, que emprega 13 funcionários e que em 2009 faturou cerca de 700 mil euros.

Para 2020, o objectivo é crescer sustentavelmente, algo que para a administradora passa por investir internamente.

“Em 2019 investimos no melhoramento do nosso showroom. Agora vamos continuar com as infa-estruturas sociais como refeitório, escritórios, balneários, etc. Queremos que os nosso funcionários tenham as melhores condições de trabalho possíveis. Muitas vezes, o têxtil é mal visto porque as empresas nem sempre oferecem as melhores condições”, explica.

“Todos as pessoas que trabalham na nossa empresa estão connosco no mínimo há 15 anos e têm todo este know-how que é essencial. E tenho de lhes dar todo mérito porque quando assumi a liderança da empresa, eles, que podiam ter desconfiado da miúda de 25 anos que vinha agora liderar, adaptaram-se extremamente bem a todas as mudanças e ajudaram-me muito em tudo”, completa.

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