11 janeiro 23
Acabamentos

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JF Almeida substitui Xanax com lençóis antistresse

Lençóis anti-stresse são o produto mais vistoso que a JF Almeida levou à Heimtextil, onde está a apresentar a sua primeira coleção de roupa de cama, que inclui ainda uma cama vegan em cuja produção não foram utilizados qualquer tipo de corantes ou amaciadores de origem animal.

Batizada Envigorated, a linha de cama anti-stress beneficia de um acabamento com iões negativos, que induz tranquilidade, uma sensação de bem-estar, relaxante, idêntica à de quem está à beira do mar, permitindo um sono mais repousante.

“Substitui o Xanax”, graceja Joaquim Almeida, fundador e primeiro responsável desta têxtil-lar com sede em Moreira de Cónegos, acrescentando estar provado que os efeitos tranquilizantes do acabamento, desenvolvido internamente, aguentam até 15/20 lavagens, sendo que o desafio atual consiste em aumentar a sua resistência às lavagens.

Felpos e atoalhados de mesa eram a zona de conforto de JF Almeida, que até agora só estava no segmento de roupa de cama através da sua participada Mi Casa es tu Casa.

Conquistar a América, para atenuar a sua dependência da Europa onde faz 90% da suas vendas, é o objetivo desta aposta na roupa de cama, com a primeira coleção a viajar em março, atravessando o Atlântico para ser apresentada na Market Week, em Nova Iorque.

Foi com os dois olhos postos nos mercados dos Estados Unidos e Canadá que a JF Almeida deu este passo, que implica ter capacidade para fabricar em grandes quantidades produtos de super qualidade, o que está fora do alcance da Mi Casa.

“Sabemos que vai demorar o seu tempo, mas estamos preparados para corresponder a grandes encomendas”, afirma o primeiro responsável da JF Almeida, empresa que investiu 25 milhões de euros no aumento em 30% da sua capacidade de tecelagem, ao investir na compra de teares com tecnologia de ponta, em novos acabamentos e na transição energética.

Com a instalação de caldeiras de biomassa e painéis solares, a empresa conseguiu reduzir em 40% a fatura energética e diminuir a sua exposição às subidas exponenciais do preço do gás.

A JF Almeida espera fechar 2022 com um volume de negócios de 59 milhões de euros. “O primeiro semestre foi um desastre, provocado pela guerra na Ucrânia e o aumento dos custos energéticos. Mas aguentamos e no segundo semestre conseguimos compor as contas de modo a fechar o exercício sem prejuízos”, conta Joaquim Almeida.

A decisão de aumentar a capacidade produtiva tem origem no brutal aumento da procura de têxteis-lar registado em 2021 e criou um problema suplementar à empresa, que emprega 800 trabalhadores, um efectivo que precisa de reforçar.

“Como não conseguimos satisfazer no mercado nacional as nossas necessidades em recursos humanos, recorremos à importação de brasileiros do estado de Santa Catarina, já com experiência na indústria, e costureiras venezuelanas. E ainda vamos precisar de 40 a 50 engenheiros para os acabamentos”, diz Joaquim Almeida, acrescentando que o peso dos estrangeiros no total da mão de obra já ultrapassa os 5%

2023 é uma incógnita, “não sabemos como será o dia de amanhã”, mas Joaquim Almeida está moderadamente otimista: “No geral, o mercado está parado, mas estamos preparados para todas as eventualidades”, explica o responsável da JF Almeida, que tem França como principal mercado e que acompanha com interesse a subida da procura no mercado espanhol, onde conta com a Inditex na sua carteira de clientes: “O consumo de têxteis-lar está a subir muito em Espanha. Nos saldos desapareceu tudo”.

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