25 Outubro 21
Empresas

T

Sinais de alarme com energia, transportes e matérias-primas

Os custos galopantes da energia e transporte marítimo, a incerteza nas entregas de matérias-primas e as crescentes dúvidas sobre a evolução desta situação estão a lançar fortes sinais de alarme. Neste contexto e face à ausência de sinais de estabilização, há já empresas que ponderam parar a sua atividade.

“Vamos ter dificuldades em cumprir prazos, sim. E isso significa que as pessoas podem chegar à loja e não ter aquela peça de roupa que queriam comprar”, assume Miguel Pedrosa Rodrigues, vice-presidente da ATP em declarações ao Expresso, avançando que “com a subida do preço da energia temos tinturarias e estamparias já a admitir que preferem parar a produção. Se isso acontecer para toda a cadeia. A situação tem um potencial explosivo grande”, alerta.

O dirigente da associação que representa o têxtil nacional assume que “a disrupção das cadeias de fornecimento é total e no segmento da moda, isto começa a ser percetível ao consumidor final. Tudo está mais caro, das matérias-primas aos componentes e o custo dos transportes pesa nisto, tal como pesa o custo da energia” e tudo se complica ainda dado que “o timing de resolução permanece incerto” pelo que, “a situação tem um potencial explosivo grande”.

Sinais de alarme transmitidos também pela RTP, que no Jornal da Tarde deste domingo dedicou grande espaço à situação. Rui Martins, da Inovafil, fala mesmo de “algo que não tem explicação, uma espécie de negócios de Bolsa a que os consumidores não estão habituados”, dando conta de que um frete para trazer matérias primas da Ásia custa agora dez vezes mais e que aos prazos de chegada, que eram de cinco semanas, podem ser agora de dois ou três meses.

Também Joaquim Almeida, CEO da JF Almeida, relata que num dos últimos meses a fatura de energia da empresa teve um acréscimo de 113 mil euros face ao mesmo mês do ano passado, enquanto o presidente da ATP, Mário Jorge Machado confirma que a situação está a travar a retoma, antevendo que pode por em causa os objetivos traçados para o final do ano pelo setor, que apontavam para um resultado superior ao registado em 2019, antes da pandemia.

Partilhar