Bebiana Rocha
Dos têxteis-lar aos têxteis técnicos, os impactos do conflito no Médio Oriente fazem-se sentir em toda a fileira têxtil, não só ao nível das exportações, mas também da importação de matérias-primas. “A JF Almeida é uma empresa vertical e depende muito da matéria-prima e dos fios comprados no Oriente, por causa deste conflito temos tido graves problemas na nossa cadeia de abastecimento”, admite João Almeida da administração ao T Jornal.
“Temos rama e fios no mar com atrasos superiores a 2 meses. Só não paramos produções porque temos uma boa gestão de aprovisionamento e capacidade de stockagem muito alta, senão já poderíamos ter parado teares”, continua. A empresa de Moreira de Cónegos foi obrigada a mudar as rotas dos navios, um ajuste que traz custos extra à empresa, de forma a não atravessar no canal do Suez.
“No nosso caso sentimos que os custos de transporte têm sido afetados significativamente devido a este conflito contínuo”, diz Tiago Azedo da Tiajo. O inside sales explica que “sendo as rotas comerciais constantemente interrompidas e, por consequência, a procura de rotas alternativas, a Tiajo enfrenta desafios financeiros crescentes no processo de importação de matérias-primas”. A empresa apela uma resolução urgente do conflito de forma a “garantir a estabilidade, não apenas do sector têxtil, mas em toda a economia global”.
Apesar do período mais incerto, a empresa de tecidos para workwear continua a apostar em produtos mais resistentes. “Estamos prestes a lançar tecidos preparados para lavagem industrial” avança em primeira mão Tiago Azevedo. “Quando os nossos parceiros produzem com os nossos tecidos workwear que estão sujeitos a este tipo de lavagem procuram que sejam garantidos baixos níveis de variação dimensionais dos mesmos e boa manutenção da cor ao longo do tempo. É neste sentido que procuramos ter cada vez mais uma oferta alargada deste tipo de tecidos, que têm um tingimento mais resistente”.