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A crise do poder de compra que resulta do aumento global da inflação já está a ter forte impacto nas opções de compra de moda e vestuário: 43% dos consumidores europeus já cortaram os seus gastos, segundo dados de um estudo da Morgan Stanley feito com base nos cinco maiores mercados europeus.
Com apenas 10% dos europeus a afirmarem que deixaram de comprar roupa, o certo é que 35% dos consumidores afirmam que passam a estar focados no preço quando for a hora de consumir moda (vestuário e calçado).
Segundo o estudo, operadores especializados no segmento inferior do mercado já estão a capitalizar esta tendência, da mesma forma que a Primark aproveitou a crise de 2007 para impulsionar a sua expansão por toda a Europa.
Os resultados do estudo mostram diferenças entre os mercados. Os franceses são os mais propensos a reduzir os seus gastos com moda: 46% dos consumidores do país já o fizeram. Seguem-se os alemães e os italianos, com 43% em ambos os casos, e o Reino Unido e a Espanha, com 41% do total.
Em 2021, os gastos com esta categoria ascenderam a 1.156 euros por ano em média por família, mais 14,6% que no ano anterior mas ainda longe dos 1.417 euros de 2019. E se é possível que para 2022 este indicador não sofra grande oscilação, já em 2023 o mais previsível é que baixe drasticamente.