03 junho 22
Economia

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Inflação e emprego pressionam salários na Zona Euro

Com uma inflação galopante e uma taxa de desemprego próxima de mínimos históricos, a Zona Euro está fortemente pressionada pelo aumento da carga salarial que, do lado dos empregadores, é vista como um elemento muito perturbador da recuperação pós-pandémica.

A inflação nos 19 países da Zona Euro atingiu, em média, os 8,1% em maio, ao cabo de dez meses consecutivos de aumentos de preços; ao mesmo tempo, o desemprego está, também em média, nos 6,8% pelo segundo mês consecutivo. É a confluência certa para os sindicatos pressionarem pelo aumento dos salários.

O Banco Central Europeu já deu indicações de que os salários não devem, nem de perto, acompanhar o ritmo da inflação, sob pena de a Zona Euro arriscar fortemente entrar em recessão e colocar em perigo todo o esforço que colocou no terreno ao longo dos dois anos da pandemia – nomeadamente pela compra de ativos, que segurou o aumento das taxas de juro.

“Os pedidos salariais tendem a aumentar quando as expectativas de inflação estão em alta, reduzindo assim a receita real, e que se exercem ainda mais quando o desemprego apresenta taxas baiixas”, argumenta a Fitch, consultora e agência de rating. “Ambas as condições existem agora na Zona Euro”.

De acordo com o BCE, os salários na Zona Euro aumentaram em média 2,8% no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, o maior aumento desde 2009. Ao mesmo tempo, o indicador de perspetivas de emprego da Comissão Europeia, que mede os planos de contratação das empresas de todos os sectores, está acima da média para o longo prazo.

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