03 maio 22
Indústria

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Índia pondera proibição temporária das exportações de algodão

O governo indiano está a considerar proibir as exportações de algodão face ao aumento dos preços e da escassez de oferta, de acordo com Upendra Prasad Singh, secretário do Ministério dos Têxteis. A medida insere-se num contexto de defesa da indústria do país, com a priorização do fornecimento da produção interna em detrimento da exportação da matéria-prima, sendo mais um incentivo ao aumento dos preços nos mercados mundiais.

Uma outra medida anterior já tinha sido tomada pelo governo para apoiar a indústria têxtil indiana: em meados de abril, o executivo liderado Narendra Modi aprovou o fim temporário de uma taxa de 11% que insidia sobre todo o algodão importado. A expectativa do governo é que, a partir do próximo mês de setembro – altura em que essa sobre taxa especial deverá voltar a ser cobrada – os preços internos do algodão normalizem, mas instituições internacionais como o Banco Mundial e o FMI não partilham dessa certeza.

Na Índia, o preço do algodão passou de 60 mil rúpias (743 euros) por bala (unidade de medida usada na Índia e equivalente a 365 quilos), para 95 mil rúpias (1.177 euros). Singh destacou que, até outubro, quando chegar a nova safra, os preços da matéria-prima continuarão a subir.

O preço do algodão vem subindo há vários meses. Na sexta-feira passada, o algodão estava a ser negociado no mercado de futuros a 1,47 cêntimos de dólar por libra-peso – o que compara com os 0,88 cêntimos registados no mesmo dia do ano passado (um aumento de 67%). O International Cotton Advisory Committee (ICAC) prevê que em meados da atual campanha o preço do algodão subirá para 1,50 cêntimos.

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