21 junho 23
Sustentabilidade

Bebiana Rocha

Euratex com reservas face a relatório sobre sustentabilidade

Na linha do que havia sido antecipado pelo presidente da ATP, Mário Jorge Machado, a Euratex reagiu de forma negativa ao Relatório sobre a Estratégia da União Europeia para os Têxteis Sustentáveis e Circulares, aprovado no passado dia 1 de junho no Parlamento Europeu. A confederação europeia afirma que o Parlamento não equilibra corretamente a sustentabilidade com a competitividade.

“Precisamos de um novo marco regulatório com definições claras, regras consistentes. Mas também precisamos de garantir que as empresas podem realmente atender aos padrões e permanecerem competitivas à escala global”, frisa a Euratex na sua plataforma. Alega também que o relatório ignora os desafios atuais das empresas como o preço da energia e a falta de confiança nos consumidores.

“É fundamental que as autoridades reconheçam que se as empresas não forem competitivas não há futuro. Estamos a falar de 160 mil empresas, 1,3 milhões de trabalhadores e 169 mil milhões de euros de faturação que poderão estar em jogo”, referiu Mário Jorge Machado, presidente da ATP, manifestando assim a sua preocupação face à adoção do Relatório pelo Parlamento Europeu. O relatório não reconhece, na opinião da ATP, “o esforço da ITV europeia para aumentar a sustentabilidade, nem as ameaças competitivas ou o atual contexto económico enfrentado pela empresa num sector diverso que afeta não só a moda, mas também outras realidades muito distintas”, salienta o presidente da ATP em artigo de opinião para o T Jornal.

Do mesmo modo, Dirk Vantyghem, CEO da Euratex, marcou também a sua posição: “O desenvolvimento de um novo modelo de negócios para o nosso sector exige uma legislação global cuidadosamente elaborada e um diálogo aberto com o sector, as marcas e o consumidor”.

Outro dos apontamentos feitos é a falta de distinção entre os diferentes tipos de produtos e as suas origens. “Há uma mistura entre moda e têxteis técnicos, entre produtos feitos na Europa e no exterior, entre produtos de alta qualidade e duráveis e itens de baixa qualidade”, adverte. Por fim, apela à criação de programas de apoio às empresas, nomeadamente medidas fiscais, compras públicas ecológicas e um controlo mais apertado dos mercados online.

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