20 Fevereiro 20
Confeção

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Coronavírus obriga Calvelex a suspender a produção

A têxtil Calvelex decidiu suspender no início desta semana parte da produção por falta de matérias-primas e de encomendas devido ao surto do coronavírus. A causa está na falha de entrega de algumas matérias-primas por parte de fornecedores chineses.

“Como é público, o recente vírus causou uma emergência de saúde pública global já declarada pela OMS [Organização Mundial de Saúde]. Em consequência, os nossos fornecedores de algumas matérias-primas como botões, forros, etiquetas e etiquetas de composição, que se localizam nas cidades de Hong Kong e Shenzhen, na China, comunicaram-nos diretamente não ter capacidade de produção para responder às nossas compras habituais”, refere a administração da Calvelex numa carta enviada no aos trabalhadores abrangidos pela suspensão, segundo noticiou a agência Lusa.

Alegando “uma necessidade urgente de reorganização, imposta pela crise provocada pelo coronavírus”, a Calvelex informa, na carta enviada aos trabalhadores, ter decidido “colocar em prática a adaptabilidade por antecipação, tal como prevista no Código do Trabalho”, antecipando “o período de descanso compensatório que deverá ser gozado a partir de dia 17 e até 28 de fevereiro.

A administração da Calvelex prevê que os stocks de matéria-prima de que dispõe “vão chegar apenas para as próximas semanas” e diz não conseguir antever quando os conseguirá repor, seja através de empresas chinesas ou, “eventualmente, com compra noutros mercados”, que diz estar a procurar.

Especializada na confeção de saias, calças, vestidos, casacos e coletes, e com mais de 600 trabalhadores distribuídos pelas unidades de Lustosa (Lousada), Carvalhos (Gaia) e Matosinhos, a Calvelex informa ainda que tem vindo a registar um decréscimo de encomendas devido ao surto do coronavírus.

“Fruto do receio do mercado, as empresas que nos colocam encomendas retraíram também as ordens de encomenda que são habitualmente realizadas nos últimos dias de janeiro, sendo agora possível confirmar que as mesmas não vão colocar encomendas que permitam retomar a atividade no final da produção” daquelas que se encontram neste momento em linha.

“Assim, sendo previsível que na próxima semana se terminem tais encomendas, não é possível antever quando teremos novamente encomendas”, conclui a carta perante o cenário de imprevisibilidade.

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