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No mês de junho, o sector da moda (vestuário e calçado) foi dos mais penalizados pelos consumidores europeus, que cortaram naquele segmento cerca de 40% dos seus gastos mensais. Só a ida a restaurantes (46%) e as viagens de carro (42%) foram mais penalizadas, segundo um relatório da consultora Morgan Stanley.
Pior ainda, a moda continua no topo da lista dos consumidores na perspetiva dos cortes de consumo previstos para os próximos seis meses, com 37% dos europeus a ponderarem que o segmento vai desaparecer da sua lista de prioridades de consumo. O estudo da Morgan Stanley foi realizado entre o final de junho e o início de julho.
Para além da moda e dos restaurantes, as férias no exterior, as entregas de alimentos ao domicílio, cinemas, teatros e eventos desportivos estão no topo da lista dos cortes previstos para os próximos meses.
Segundo o mesmo estudo, 36% dos consumidores europeus afirmam que o rendimento disponível do seu agregado familiar irá piorar nos próximos seis meses, enquanto 44% acreditam que se manterá igual e apenas 20% antecipam que irá melhorar.
A Morgan Stanley diz ainda que 33% dos consumidores não estão dispostos a usar as suas economias para manterem o padrão de vida atual – e que por isso estão disponíveis para assumir novos cortes nas despesas familiares.
A tendência de baixa do consumo vai implicar diretamente no crescimento do PIB europeu, contribuindo diretamente para a criação de um ambiente propício a uma nova recessão a partir do próximo outono, refere ainda a Morgan Stanley.