24 abril 23
Inovação

Ana Rodrigues

CITEVE, CeNTI e Caima criam fibras têxteis em pasta de eucalipto

Fiber4Fiber é o nome de um projeto que desenvolve fibras têxteis, criadas a partir de madeira de eucalipto, que podem ser rastreadas e que apresentam características funcionais. Caima, CeNTI e CITEVE são as entidades envolvidas para assegurar a resposta local e europeia no processo de produção industrial.

O objetivo da empresa líder na produção de pasta de celulose de eucalipto pertencente ao Grupo Altri, a Caima, e dos dois centros de tecnologia e inovação, CeNTI e CITEVE é, não só valorizar um recurso nacional incluindo-o em processo de valor acrescentado, mas também minimizar a importação de fibras celulósicas, nomeadamente da Ásia, permitindo uma resposta economicamente viável e mais sustentável.

“A inexistência, a nível nacional, de processos de transformação da pasta [de celulose] em fibra é um fator limitativo a nível técnico e económico para esta área geográfica [Portugal e grande parte da Europa]. Com este projeto, prevê-se, por isso, a capacitação técnica e tecnológica para responder localmente às necessidades crescentes de consumo de pastas, fibras e têxteis”, revelam os investigadores, em comunicado.

A Fiber4Fiber pretende introduzir algo que não existe na oferta atualmente disponível “a inclusão de agentes ativos e funcionais – nomeadamente propriedades antimicrobianas, anti estáticas e retardância à chama – nas fibras celulósicas têxteis”, bem como a incorporação de agente de rastreabilidade na fase da produção da pasta, o que permite identificar a matéria-prima e reconhecer o produto e as características face a materiais provenientes de outras fontes.

Ainda não há previsão para a introdução destas fibras celulósicas no mercado, mas o consórcio acredita que a procura pelas fibras rastreáveis se fará sentir a nível global. “O projeto Fiber4Fiber está a contribuir para enriquecer o conhecimento técnico do sector, bem como a valorizar os recursos naturais nacionais, fomentando a sua utilização em processos com maior valor acrescentado”, concluem os investigadores.

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